A Carménère não foi “redescoberta” coisa alguma… ela foi identificada.
A casta Carménère (chamada antigamente de “grand vidure” ), não foi redescoberta coisa alguma. Você só redescobre algo perdido e a Carménère não estava perdida, ela estava desprestigiada em sua origem, Bordeaux e no Chile cultivada entre castas de Merlot…
O que o ampelógrafo Jean Boursiquot fez, foi identificar a casta em 1994 nos vinhedos Carmen, pertencentes a Santa Rita. Veja este vídeo:
Curioso pois têm maturação um tanto distantes, coisa de 15 dias de diferença, e suas folhas têm diferenças claras também.. o que mostra a certa desatenção de enólogos e agrônomos naquela ocasião. Depois de ser identificada como Carménère, o Chile levantou essa bandeira, motivado pelo enorme sucesso da Malbec na Argentina e da Tannat no Uruguai e tentou que a Carménère viesse a ser sua casta emblemática.
Eu acho isso um furo n’água total, pois todos sabem e reconhecem a excepcional qualidade do Cabernet Sauvignon no Chile. O Chile não precisava disso, secondo me. De qualquer forma hoje existem cerca de 10 mil hectares de Carménère no Chile, produzindo excelentes vinhos.
Não sei por que insistem nessa bobagem de “redescoberta” da Carménère. Ela existia desde sempre em Bordeaux e no Alto Adige na Itália…
OBeto Duarte, que você deveria seguir seu canal de Youtube com ótimos vídeos, inclusive gravou um vídeo ótimo em Bordeaux com vinhedos de Carménère de 60 anos de idade… veja abaixo.
A Carménère tem um desafio para o enólogo que é o memento de sua colheita, tem que estar no ponto certo de maturação fenólica (quando sementes, polpa e casca estão maduros), para evitar o que chamam de “Pirazina” que se caracteriza por um intenso aroma de pimentão verde. Porém se passa do ponto perde acidez. Por tanto é trabalhosa.
Quando colhida no momento exato, ela tem profundidade e frescor que lembram aromas de frutas negras maduras — como ameixas e cerejas —, de pimenta preta, de herbáceos e de terra úmida de azeitonas.
Os bons vinhos produzidos à base dessa uva e há diversos, são elegantes, bem estruturados, possuem coloração escura, profunda e contam com sabores aveludados, sedosos e marcantes e potencial de guarda.
Na boca, costumam apresentar taninos mais macios que a Cabernet Sauvignon, mas não mostram a maciez da Merlot.
Enfrentando um Mundo dividido entre detratores e apreciadores, a Carménère produz algumas maravilhas no Chile secondo me e harmonizam como nenhum outro com uma lasagna de legumes grelhados. Viva a Carménère