Quinta da Costa do Pinhão. Que saudade…
Minha última visita dessa sensacional edição do Simplesmente… Vinho 2024, foi na Quinta da Costa do Pinhão. Esperei pelo simpático casal Miguel Morais e Filipa Silva no meu simpático AirBnb enquanto curtia um delicioso sol de uma manhã super fria…
Quando chegaram para me pegar, com mala e tudo, não imaginaria o dia que teria e ainda ganharia uma carona para o Porto no fim da tarde… Não poderia ter sido mais gostoso. Eu não imaginava nem de perto como foi delicioso esse dia. Ser recebido com generosidade, sinceridade e no aconchego da casa das pessoas é para mim o suprassumo da recepção. Emociona. Foi assim com esse casal que vive no Porto mas tem um ninho em sua quinta no Pinhão… Você verá no vídeo.
Se você procurar no site do simplesmente Vinho, encontrará o seguinte sobre o Miguel Morais:
“Fator XPTO: Engenheiro? Professor? Sim, mas principalmente um agricultor tolo que se apaixonou pela terra. Um humilde intérprete dessa terra.
Miguel Morais em discurso direto: “A Quinta da Costa é uma herança de um dia frio de nevoeiro. Um dia que exprimia o que ia dentro de mim quando olhava para a vinha e as casas degradadas em meu redor. Não sabia nada de nada de viticultura ou enologia, sabia que tinha uma tarefa hercúlea pela frente e então só pensava: em que me fui eu meter?
Desde esse dia, eu e a Costa temos crescido muito, vivido muito, aprendido e errado juntos. Na nossa primeira colheita todas as uvas (com excepção das castas brancas e do Mourisco) foram colhidas para entregar a outros, para fazer Vinho do Porto. Algo não caiu bem em mim. Este não era o melhor caminho para mim ou para a Costa.
Fiz algumas experiências de vinificação muito rudimentares que me permitiram testar principalmente o meu potencial e apetência como vigneron. Algo nasceu nesse dia. Os anos passaram e a paixão cresceu. Eu era agora capaz de identificar algumas castas, definir tratamentos e conhecer os limites da propriedade. Fiz alguns vinhos em adegas de amigos e olha! a malta até gostou.
Em 2013 decidi reconstruir a adega. Em 2014 foi a minha primeira vindima à séria, ainda a acabar as obras quando as uvas começavam a entrar. Muita aprendizagem, muito trabalho, mas também momentos de pausa, contemplação, reflexão. Estar no momento, aprender sobre a simplicidade.
Fazer vinhos na Costa fez-me entender melhor o local. Respeitar a terra, as plantas, os animais. Cortar nos químicos e deixar a energia telúrica única deste sítio florescer e transbordar para os vinhos e para quem nos visita.
Os vinhos procuram simplesmente… respeitar o local que os meus avós, num misto de sorte e engenho, escolheram.”
Miguel Morais e Filipa Silva
A visita foi espetacular conhecendo os vinhedos, aprendendo sobre a dura vida real de um vigneron de verdade, que sofre com as intempéries da natureza, com o desafio de caminhar e caminhar, e podar, e conduzir, e rezar pelo clima, e colher e carregar caixas e mais caixas de uva morro acima, no caso deles cerca de 500 metros de altitude entre o vinhedo e a quinta… em fim e depois disso ainda me sentar com eles no aconchego de sua privacidade e almoçar com eles provando diversos vinhos e falando da vida… Que privilegiado que sou…
Gravei vários momentos com eles que vocês vão gostar. Vejam no vídeo.
O simpático casal me deu carona até o Porto, onde pude flanar um pouco, curtir aquela cidade que adoro mas cada vez mais turística, curtir cantores de rua, como gosto e admiro essa caminhada, parar em um bar qualquer e comer um bolinho de bacalhau e uma taça de um vinho simples… com pessoas simples, com turistas, com gente comum… depois visitar algumas livrarias, olhar as lojas de produtos típicos, e claro, comer um “guardanapo acompanhado de um cafezinho sem açúcar…
Que delícia de viagem. Grazie Amigo João Roseira, Parabéns mais uma vez pelo excepcional Simplesmente… Vinho e espero nos vermos novamente em 2025. Bacio!!
Em tempo, os vinhos da Quinta da Costa do Pinhão são importados no Brasil pela e-Vintage,