Atualizando a GARZÓN
Minha Amiga Cristina Neves me convidou para um jantar em torno do querido Nicolas Bonino, da Bodegas GARZÓN, no Cantaloup.
Aliás gente, o Cantaloup está muito bom heim… veja só o Lagostim com palmito e molho cremoso Yuzu e o Tortelli de Pato no seu próprio molho…
Muita elegância e organização. Adorei o simpático e charmoso brinde e me atualizei com um desfile dos vinhos da GARZÓN
Os vinhos pela ordem foram; Garzón Estate Pinot Grigio 2022, que “secondo me” deixa pra trás alguns dos italianos que vemos no mercado brasileiro. Uma grata surpresa. O Garzón Estate Viognier 2022 com muita tipicidade, vinho gostoso de beber e versátil para harmonizações. O Garzón Single Vineyard Albariño 2022 comprova a visão do meu Amigo Eduardo Boido, enólogo da Bouza quando lá atrás apostou numa casta que hoje faz a festa no Uruguay, mostrando sua aptidão ao clima e solo, um de meus prediletos da noite, o Garzon Reserva Rosé e o delicioso e classudo Garzón Field Blend Rosé 2021, com Mourvèdre, Grenache y Cinsault e de tres a seis meses com as borras. Foi meio que unanimidade na mesa, como um dos preferidos, para terminar o Nicolas havia trazido uma novidade na mala, um Petit Manseng de sobremesa…
Nas conversas informais que tivemos nesse quase que petit comité, fiquei surpreso com diversas informações que não tinha e que divido com vocês; O Bulgueroni, proprietário da Garzón, que está com 80 anos, não bebia vinho até começar a investir na GARZÓN!… E isso foi há questão de uns 15 anos… , ele investiu U$ 150 milhões na GARZÓN, hoje possui 13 vinícolas pelo Mundo, na Itália, França, Austrália, Estados Unidos… tem investido cerca de U$ 1 bilhão em vinícolas!, gosta de Petit VErdot e de Espumantes, tanto que pediu que fizessem dois deles, que não conheço, um branco e um rosé para poder recepcionar os amigos… As terras da GARZÓN que se estendem até o oceano, já multiplicaram seu valor em mais de vinte vezes graças aos seus investimentos e agora deverá lançar um condomínio, multiplicando ainda mais o valor do m2… A GARZÓN hoje representa nada menos do que 50% de toda a exportação de vinhos do Uruguay!!! Ou seja, um mundo que nós não fazemos a menor idéia do que seja.
Troquei idéias com meu Amigo Bonino que conheço há anos, bem antes de GARZÓN, a respeito do trabalho do outro Amigo, o talentoso Alberto Antonini. Comentei que havia dito ao próprio Antonini, que considerava os vinhos GARZÓN muito distantes do trabalho que conheço de Antonini, seja em sua própria vinícola na Toscana a Poggiotondo, ou Altos Las Hormigas, ou anteriormente seu trabalho em Col d’Orcia.
Importante esclarecer que não se trata de crítica, mas de opinião. Se não for sincero em minhas opiniões, não consigo dormir e acho que vocês também não se interessariam em ler meus textos… Os vinhos GARZÓN são impecáveis, deliciosos, fazem sucesso onde quer que seja pois são muito bem feitos e agradáveis, mas falo da origem, eles são cosmopolitas e não uruguayos.
Tenho admiração pelo trabalho do Antonini e concordo plenamente com ele quando diz por exemplo: “nenhum vinho importante do mundo fala de uma variedade de uva; todos falam de lugares” ou “Para mim, não há outra forma para se cultivar a vinha e fazer vinhos de qualidade que não seja o caminho orgânico e biodinâmico. Não é porque o digo. É lógico.” E essas posições não coincidem com o os vinhos que ele orienta em GARZÓN.
Bem, de qualquer forma assunto para futuras degustações técnicas de GARZÓN, de Antoni e do “chatododidú”. Grazie. Tudo impecável. Agradeço a GARZÓN, ao Nicolas a Cris e a todos que tiveram a paciência de ouvir o Didú… Abaixo o grupo agradável do jantar.