Vinho como Investimento.
Encontro OENO e Empiricus
Eu estava agendado para participar desse evento da OENO e Empiricus, a convite do educado e atencioso Victor Hugo Cotoski que é Head of Brazil da OENO.
Infelizmente um contra-tempo na minha agenda me impediu de participar. Mas como esse assunto de Vinhos como investimento tem feito parte das conversas nas rodas de amigos, eu aproveitei a gentileza do Victor Hugo e lhe encaminhei algumas questões que têm sido frequentes em minhas conversas com amigos.
Ele, como esperado, me respondeu atenciosamente e acho que esclarece alguns pontos a se pensar…
1) Como é a relação entre Oeno e Empiricus?
Victor Hugo: Empiricus faz a gestão e distribuição local do fundo, nós somos a consultora contratada para a administração da carteira e gerenciamento de custódia, seguro, compras e vendas do fundo.
2) Como funciona o investimento em um fundo que tem o vinho como lastro?
Victor Hugo: Basicamente compramos as garrafas selecionadas pelo time de vinhos comandado pelo Justin Knock (Master of Wine), guardamos todas em local apropriado e profissional (London City Bond), com todos os seguros, e tomamos as decisões de venda em tranches ao decorrer dos anos.
3) Qual o valor mínimo para um investidor?
Victor Hugo: BRL 100 mil .
4) Os vinhos que compõem o fundo são sempre marcas conhecidas?
Victor Hugo: Cerca de 70% deles sim. Trabalhamos com produtos que estão fazendo investimentos significativos nos últimos anos e que são vinhos finos de alto potencial de retorno. (maioria temos distribuição exclusiva no Reino Unido – Mercado Primário, temos controle da oferta no mercado) Temos um politica de diversificação por região.
5) Os valores investidos podem ser resgatados em vinhos?
Victor Hugo: Sim, apenas se o investidor fizer o aporte via sede Offshore do fundo. Cota mínima £ 50 mil.
6) Qual o tempo ideal para se deixar a aplicação investida?
Victor Hugo: Recomendamos pelo menos 5 anos, porém o ideal para atingirmos retornos relevantes seja após 7 anos. Devemos liquidar aos poucos a partir do segundo ano, para aumentar liquidez do fundo com o tempo e sempre estar com caixa para oportunidades. Estamos trabalhando com um retorno esperado de 10% aa em Libras, esse valor pode ser maior com o tempo. Nossos 4000 clientes possuem uma média superior a 12%aa (desde 2015), sendo 20% no ano passado e acumulado em 10% já este ano.
Eu considero que Vinho é um bom investimento, pois para quem gosta de vinho, na pior das hipóteses poderá consumir seu patrimônio com valorização. Porém me parece que os grandes ganhos, mais do que as marcas famosas que têm sempre mercado garantido, estão em oportunidades arrojadas baseadas em informações de quem é do ramo e está atento.
Vou dar alguns exemplos do que digo:
Exemplo 1: O vinho Don Melchor está situado num verdadeiro santuário do Chile chamado Puente Alto. Lá se produzem tres grandes vinhos: Viñedo Chadwick (R$ 5.300,00), Alma Viva (R$ 3.500,00), porém o Don Melchor, vinho que já obteve 100 pontos de famosos críticos em algumas safras, custa R$ 1.500,00) era poucos meses atrás R$ 1.200,00. Ora, a chance desse vinho se valorizar é muito grande.
Exemplo 2: Ainda no Chile há um produtor que faz seus vinhos desde 2011, que esperou que seu vinhedo tivesse ao menos dez anos para produzir seu vinho, que é de fermentação espontânea, baseado apenas em qualidade de terroir, cuidados com o vinhedo, respeito às diferenças naturais das safras (elas são bem diversas), seleção rigorosa das uvas e processo absolutamente natural na elaboração. Pois esse produtor Gandolini já teve seu vinho que se chama 3 Marias, por diversas vezes degustado às cegas com grandes ícones chilenos, como os citados acima entre outros mais e vem ganhando a preferência de quem os degusta. O 3 Marias custa R$ 900,00. O que você acha que vai acontecer em pouquíssimo tempo? Basta seguir a equação: qualidade + baixa produção + exposição na mídia + produção limitada = Subida de preço.
Exemplo 3: Para terminar e não ficar apenas em Novo Mundo, falo de Clos de La Coulée de Serrant. Custa hoje no Brasil, algo como R$ 1.300,00), trata-se do principal vinho do gênio Nicolás Joly, o maior divulgador da biodinâmica, com livros publicados, dezenas e dezenas de palestras proferidas mundo afora e uma preciosidade líquida de Chenin Blanc engarrafada. O Clos de La Coulé de Serrant vem de um vinhedo sem nenhuma interferência há anos, são mais de 130 clones distintos de Chenin Blanc. Um vinho simplesmente inimitável. Ora, Joly já passou dos 70, sua propriedade já pertence a sua filha que segue seus passos desde sempre. Essa equação vai se repetir. Os vinhos que saem das mãos de Joly, vão se valorizar muito nos próximos anos.
Há inúmeras situações semelhantes no Mundo do Vinho que acredito dariam ganhos muito altos. Saúde!