Vinho, Contrabando e Sinceridade.
Lamento dizer, mas secondo me, nada vai mudar a respeito dos vinhos contrabandeados, que na verdade não são contrabando por tratar-se de produtos que não são proibidos no Brasil, eles são o que se chama de fruto de “descaminho”, porém na linguagem comum é contrabando.
A matéria do Fantástico ontem, tão alardeada não trouxe absolutamente nada de novo, exceto citar um valor tão incerto como a falta de controle sobre essa situação.
O assunto é muito maior do que foi tratado. O problema da economia atual argentina, o problema do descontrole absoluto de fronteiras, o problema da conivência, do suborno e de policiais envolvidos e até políticos, acredito, não foi tratado.
E por que acredito que nada mudará? Por que temos dois fatores nessa história que não mudarão em pouco tempo, se é que um dia mudarão. Falo dos absurdos tributos impostos pelo governo no vinho, que por si só são grande atrativo a ilegalidade e de outro lado um consumidor malandro, que é o brasileiro, que continua sempre na velha idéia de achar que é mais esperto que os outros e adora se exibir diante dos amigos para fazer tipo de sabichão e que é mais esperto. E o pior, não entende absolutamente nada de vinho e não tem idéia de que é impossível um D.V.Catena custar R$ 80,00. E quando bebe não sabe o que está bebendo, ou seja um grande trouxa.
Para não perder o senso de humor que está em meu DNA, a culpa mesmo é do Ciro Lilla que sabe vender vinho como ninguém e transformou o Catena em símbolo de desejo de qualquer apreciador de vinho… e o Catena também tem sua culpa, pois se o vinho vinho não fosse bom não estaria nessa situação…
Viva o Brasil brasileiro.