FAUSTINO VI Gran Reserva de Respeito
O Brasil é um país “suis generis” (será que ainda se usa esse termo?…), pois aqui o mercado do vinho poderia ser dez vezes maior do que é, mas não acontece. Falta a cultura do vinho e o entendimento, até por parte do governo de que o Vinho é um Alimento Funcional. Uma taça por Refeição.
Os extremos também são parte desse “suis generis” brasileiro, pois o líder de mercado é o vinho de mesa, feito de uvas americanas que ocupa nada menos que 67% do mercado, e dentre os 33% restantes, de vinhos finos, os importados são disparado a preferência dos consumidores, ocupando 27% de todo o mercado, ou 82% dos vinho finos.
Mas ainda dentro dessa análise, encontramos muitos consumidores que não sabem o que é um Rioja Reserva ou um Gran Reserva, além de acharem que RESERVADO signifique melhor qualidade… (Veja abaixo: *Crianza, Reserva e Gran Reserva)
E finalizando esse perfil, existem muitos, mas muitos consumidores que sabem muito de vinho, apreciam vinhos finos, conhecem as regiões, produtores, sabendo distinguir um Rioja Gran Reserva de um vinho Crianza. O Brasil é uma raridade nesse assunto do Vinho. Para se ter uma idéia, apenas Londres e N.Y. têm maior quantidade de rótulos de vinhos a venda que São Paulo… Hoje estamos por volta de 30 mil rótulos diferentes a disposição dos consumidores.
Faço essa abertura para mostrar a importância e o potencial que temos, que uma empresa de mais de 150 anos tradicionalíssima da Rioja, se instalou no Brasil, para trabalhar direito esse mercado de um raro potencial. Falo da Faustino.
Faustino e o tradicional quadro de Rembrant
Pouca gente sabe e eu também não sabia que o vinho Rioja Gran Reserva mais vendido no Mundo é o Faustino VI, vinho que tive o prazer de degustar durante uma “Live” que fiz com o Diretor da Faustino no Brasil, Fernando Játiva. Degustamos a safra 2009 com as castas típicas da Rioja, Tempranillo, Graciano y Mazuelo. Um espetáculo!
Para você ter uma idéia da qualidade do Faustino VI, esse vinho foi criado em 1964 e lançado em 1968 e de lá para cá, apenas 14 safras dele foram produzidas!
Didú e Fernando Játiva Clique para assistir.
Outra coisa que chama a atenção, é o rótulo da linha Faustino, que é tão tradicional e único que de longe numa prateleira de vinhos se vê onde Faustino está…
A ilustração é de um quadro de Rembrant de 1641, de nome ‘Portrait of Nicolaes van Bambeeck’ que retrata um comerciante holandês (Nicolaes van Bambeeck), que representava os antigos comerciantes de vinho que levavam garrafas (1641Mundo afora… Essa imagem hoje está em cerca de 130 países!
Vários pontos me surpreenderam nessa entrevista, além de saber que o Faustino VI é o Rioja Gran Reserva mais vendido no Mundo, fiquei sabendo também que a Faustino está investindo forte e decidida no mercado brasileiro, onde tem escritíorio próprio, coisa raríssima entre produtores de vinho, e estão escolhendo a dedo seus parceiros regionalmente. Eles já estão com parcerias montadas no Angeloni em SC, no Festival em Curitiba, no Caroni em Vitória, no Mundial no Rio de Janeiro e no Verde Mar em Belo Horizonte.
Outra novidade é a prática de margens negociadas com os distribuidores afim de promover melhor acesso do consumidor a seus vinhos.
Imagine que o Faustino VII Roble (4 a 6 meses em barrica.) custa ao consumidor final entre R$ 55,00/60,00 dependendo do mercado.
O Faustino Crianza. 12 meses de envelhecimento, varia de R$ 75,00/90,00
O Faustino V Reserva 18 meses barrica, mais 24 meses em garrafa varia de R$ 120,00/150,00.
E finalmente o campeão de vendas, Faustino VI Gran Reserva que varia de R$ 250,00 a 350,00 dependendo do Estado.
São preços muito acessíveis se considerarmos todos os tramites burocráticos e inúmeros tributos que compõem uma importação de vinhos que chega a 17 ítens de custo!!!
A Justino que é familiar ainda hoje, é uma bodega de mais de 150 anos e hoje está estabelecida em diversas DOs espanholas. Apenas em Rioja possuem 650 hectares de vinhedos entre La Guardia e Oyon.
Fique por dentro da classificação da Rioja.
*Crianza, Reserva e Gran Reserva
Os termos Crianza, Reserva e Gran Reserva são coisa séria na Rioja, uma DOCa Denominação de Origem Qualificada. Lá os vinhos vinhos estão divididos em:
- Vinhos de zona,
- Vinhos de município
- Vinhos de vinhedos singulares, chamados de “pagos” é uma espécie de “cru” ou “clos” parcelas especiais de muita qualidade e que seriam os mais representativos da região.
Estes três tipos de vinhos então são divididos novamente em quatro categorias: genérico, Crianza, Reserva e Gran Reserva.
Crianza significa envelhecimento, embora o termo nos remeta culturalmente em nossa língua a criança. Nada a ver. Trata-se de tempo de envelhecimento.
Assim a DOCa Rioja determina:
- Crianza: São vinhos pelo menos em seu terceiro ano que permaneceram pelo menos um ano em barris de carvalho. Nos vinhos brancos, o período mínimo de envelhecimento em barril é de seis meses.
- Reserva Corresponde a vinhos selecionados com um envelhecimento mínimo entre barricas de carvalho e garrafa de três anos, dos quais um pelo menos nas primeiras, seguido e complementado com envelhecimento mínimo em garrafa de seis meses. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento é de dois anos, dos quais pelo menos seis meses em barris.
- Gran Reserva: São vinhos de grandes safras que foram envelhecidos durante um período total de sessenta meses, com um mínimo de dois anos em barris de carvalho e dois anos em garrafa. Nos vinhos brancos, o período de envelhecimento é de quatro anos, dos quais seis meses pelo menos em barrica.
Os vinhos Gran Reserva possuem taninos firmes e finaos, com boa textura, além de acidez vibrante presente. Além das frutas maduras, apresenta cnotas de couro, de tabaco e de evolução por conta de seu estágio estágio em madeira e em garrafa.
IMPORTANTE:
O termo RESERVADO não existe na Espanha e não quer dizer absolutamente nada em termos de qualidade. Foi um termo usado ardilosamente e com genialidade pela indústria chilena de vinho (Concha y Toro, depois seguida por todos), para dar uma idéia de valor a vinhos simples, ao brasileiro que é um consumidor desinformado em sua grande maioria. Fez tanto sucesso que hoje a legislação brasileira (equivocadamente na minha opinião), incluiu esse termos bem como os Reserva e Gran Reserva em sua legislação, para fazer face aos produtores chilenos.