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Negócio da China, só na China

  • Posted on June 14, 2020
  • by didu
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O avô de um amigo meu costumava dizer essa frase: Negócio da China, só na China. E é bem apropriada mesmo, pois essa coisa de pechinchas, de achados, normalmente são engodos….

O mercado do vinho está inundado de ofertas sedutoras de vinhos franceses, italianos, espanhóis, sempre com rótulos lindos e nomes de sugestão de tradição e nobreza, custando R$ 30,00  R$ 35,00, mas que na verdade não passam de vinhos baratos, industriais, de volume, que nada têm a ver com a imagem que as etiquetas sugerem.

Claro que há achados eventualmente, eu mesmo descobri ao acaso numa degustação `as cegas da Confraria dos Sommeliers, um vinho português D. João I importado pelo Pão de Açúcar, que na época custou coisa de R$ 17,00 e ficou em 2º lugar bem a frente de vinhos que custavam dez vezes mais. Era um vinho de uma cooperativa de Beira e delicioso, depois provei o tinto também com o mesmo prazer e surpresa. Acontece, mas é como achar uma agulha no palheiro.

Eu costumo indicar vinhos Abaixo de 50 Paus, sempre com muito sucesso, pois sei bem da realidade brasileira, ainda hoje cerca de 75% a 80% de todos os vinhos que se vende no Brasil estão abaixo dos 50 paus… Porém com o câmbio nas alturas como está, fica cada vez mais difícil a oferta de bons vinhos, verifico que as minhas primeiras indicações dos Abaixo de 50 Paus, hoje estão o dobro do preço. O Villard Sauvignon Blanc que cansei de indicar no início dessas dicas hoje custa R$ 160,00…

Atualmente, você encontra melhor relação de qualidade e preço nos vinhos brasileiros de entrada das grandes vinícolas, como Aurora, Salton e Miolo, do que nesses negócios da China, tenha certeza disso e se puder faça provas `as cegas para constatar.

Eu procurei meu Amigo Adão Morellatto da International Consulting, empresa que presta serviços de consultoria na importação de inúmeros importadores de vinho e pedi a ele que me decupasse as despesas que um importador tem com um vinho vindo da Europa para cá e fiquei surpreso.

Imaginem que existem 17 ítens de despesas e tributos por conta de burocracia e taxas nessa operação e tomando por base um vinho de € 2,00 ex-cellar (nome que se dá ao preço negociado com o produtor na origem), acaba chegando aqui nacionalizado por € 4,69 !!! Isso só para o vinho chegar aqui e ser nacionalizado. Veja essa relação:

  1. pick-up Custo de retirar o vinho no produtor.
  2. Imposto de Importação e27%
  3. AFRMM Taxa de Marinha Mercante.
  4.  S.D.A. Sindicato Aduaneiro
  5.  Laboratório – Amostras
  6.  Correios –  Taxa de envio dos comprovantes ao importador após despacho aduaneiro.
  7.  Security Seal Fee – Taxa de selo de segurança, cobrada pelo agente de cargas, (lacre do “container”).
  8.  Envio de Amostra Laboratório. Taxa cobrada pelo courrier do envio das amostras do Recinto Alfandegado (Santos) até o endereço do laboratório em São Paulo.
  9.  Taxa Administração do Agente – Taxa tributárias e físicas, cobradas pelo agente, isto varia de agente para agente.
  10. CARTÓRIO Taxa cobrada para deixar cópias dos originais no Despachante, para eventuais solicitações da SRF e MAPA.
  11.  THC – trata-se de uma despesa portuária referente à movimentação do “container” no terminal portuário
  12.  Handling  –  Valor cobrado pela movimentação dos equipamentos, do navio até o local de armazenamento do “container”.
  13.  Origin Charges  –  Taxas cobradas pelo despacho na Origem, documentação aduaneira.
  14. Taxa Siscomex  –   Essa taxa é devida ao ato de registro da Declaração de Importação (DI) no Siscomex, conforme especificado na Lei No. 9.716, de 26 de novembro de 1998.
  15.  Liberação de B/L  –  Taxa cobrada pelo agente de cargas, para liberação do B/L: Bill of Landing.           B/L FEE
  16.  ISPS  –   International Scurity and Port Security ou TSF –  Terminal Security Fee. É o código internacional de segurança de navios e instalações portuárias, para controle de acessos e monitoramento, cobrados pelos terminais e cias marítimas.
  17. IPI 10%

Neste momento seu vinho estará liberado para você… Então, aquele vinho de € 2,00 que você achou um bom negócio já está custando € 4,69 e você até agora só teve despesa.

Na sequência você teria que acrescentar diversos tributos e custos conforme o modelo de negócio que você pretenderá fazer. Você vai simplesmente estocar e vender diretamente pela internet?

Nesse caso você teria:

  1. 25% de ICMS sobre a venda
  2. 9,25% de PIS-Cofins
  3. 5% custo de transportadora
  4. 10% a 12% de custo administrativo e marketing
  5. 2,5% Taxa de Cartão de Crédito
  6. 7% de Comissão de Vendas
  7. Margem de ganho que somados costumam triplicar o valor do vinho nacionalizado.

Ou seja, aquele vinho que ao câmbio de quando escrevo a você é de € 1,00 = a R$ 5,68, terminou por deixar aquele vinho que na origem custou R$ 14,07 a R$ 79,91 !!!

E nessa conta não estou computando custos financeiros, pois muitos vinhos têm uma distância de seis meses entre desencaixe financeiro e recebimento, alguns mais.

Também não estou colocando custos de devolução. E é importante notar que se estivéssemos em tempos normais com os canais de venda tradicionais funcionando, haveria uma margem de distribuição que beiram os 40% !!

 

 

 

 

 

 

 

Caro Didu, normalmente agregamos cerca de 200% ou seja nacionalizado me custou 10 vou vender por 30

 

Considere que após nacionalizado tenho de pagar 25% de ICMS sobre a venda mais 9,25%  de Pis Confins, 7% de comissão, 2,5% taxa de cartão, 5% transportadora,  10 % de custo administrativo e mkt

 

Sobram líquidos 10% /12% que é melhor que qualquer aplicação no banco

 

Mas claro, não podemos esquecer de todo risco envolvido (câmbio instável, greves portuárias ou de fiscais,  mudanças na legislação, etc…)

 

 

Explore: Abaixo de 50 Paus. Didú Russo, Adão Morellatto, cinho Brasileiro, International Consulting, Negócio da China, vinho importado

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