Vinícola Urbana Ruiz Gastaldo
Estive esta semana num dos lugares mais gostosose charmosos de São Paulo, falo do Esther Rooftop do meu Amigo Benoit Maturin. Benoit é um francês cozinheiro de mão cheia como se falava antigamente… que se apaixonou pelo Brasil e hoje tem uma filha linda brasileira e tal… Acontece que o Brasil é assim, foi precisou um francês para vir aqui e ter um restaurante de qualidade com uma carta totalmente de vinhos brasileiros!!!! Isso mesmo.
No Esther Rooftop o Benoit só tem rótulos brasileiros. Ele é melhor informado sobre nossos vinhos, os artesanais, claro, do que a maioria dos jornalistas de vinho. Chapeau mon Ami.
Bem, a convite dele, Benoit que gosta de repartir essas experiências comigo para minha sorte, tive o prazer de conhecer e degustar os vinhos do Eduardo Gastaldo, da Vinícola Urgana Ruiz Gastaldo, que fica em Porto Alegre.
Ele compra uvas e vinifica em sua casa literalmente, transformou a garagem em vinícola e conseguiu atender as ridículas exigências do MAPA que “secondo me” nasceram apenas para atrapalhar o produtor artesanal e está fazendo cerca de 3 mil garrafas, algumas preciosas.
Critico sempre o MAPA pois eles legislam sobre algo que não sabem ao certo e inviabilizam com suas absurdas exigências que pequenos produtores de uva se torenm produtores de vinho. Um pecado que certamente nasceu do lobby da grande indústriua para impedir o cresimento do produtor de uva e assim perder seu fornecedor de materia prima. Ninguém me convence do contrário, afinal, 5% dos produtores de vinho têm 90% do mercado… Precisa dizer mais?
O mais curioso é que os vinhos brasileiros que realmente valem a pena são justamente os artesanais, pois a grande indústria continua querendo fazer um vinho chileno que não é absolutamente a nossa aptidão. Lamento muito por isso.
Bem, os vinhos Ruiz Gastaldo me surpreenderam positivamente, especialmente o Pinot Noir ainda sem rótulo e o Gamay da foto abaixo.
O Gamay Elétrico
Um Gamay estruturado, fora da expectativa que fazemos de um Gamay, ótima fruta e frescor mas com corpo, Sedutor mesmo, eu tomaria um garrafão dele.
Mais interessante ainda foi a idéia dos dois Cabernet Franc o Matheu e o Redenção. Matheu com controle na fermentação, onde o Eduardo acrescentou durante o processo leveduras selecionadas e o Redenção com fermentação espontâneas com as leveduras indígenas.
Os dois Cabernet Franc, com e sem intervenção
Foi muito interessante e didático, inclusive sugeri a ele que só vendesse as duas garrafas juntas para aprendizado do consumidor. Gostei demais dos dois, muito bem feitos, sedutores e elegantes, se fossem duas pessoas, diria que o Matheu estava vestido para uma festa e contido em seu comportamento para fazer uma bela figura, enquanto o Redenção estava à vontade na varanda da casa e falando livremente o que acha das coisas sem preocupações com o que vão pensar dele…
Discutimos muito esse tema, pois o Eduardo defende uma correcnao no rumo do que a natureza lhe daria espontaneamente, enquanto eu defendo a liberdade de expressnao da natureza. Fazendo paralelos com as pessoas e a educação trocamos muitas idéias gostosas em torno de boas taças e boa comida, como de hábito no Esther e em ótima companhia. Show. Grazie Amigos e Sucesso!!!