Tapada de Coelheiros

Alberto Weisser, Didú e Otavio Lilla

Foi um grande prazer ontem para mim, conhecer pessoalmente o Alberto Weisser, brasileiro com sotaque americano que é o dono da Tapada de Coelheiros, a convite da Mistral. O Alberto é daquelas pessoas simpáticas que você logo faz amizade e parece que conhece a mais tempo, um cara que eu adoraria passar mais tempo conversando sobre várias coisas. Pessoa franca que gosta de viver e é sincero, aberto, educado. Show.

O encontro foi no Rico Parilla que não conhecia, muito bom e certamente os vinhos e a conversa ajudaram nessa harmonização.

O Alberto, embora brasileiro, tem sotaque americano e seus dois filhos nasceram nos Estados Unidos, pois ele foi durante anos presidente global da Bunge. Um belo dia ele e sua atual esposa decidiram que a vida que levavam não era mais legal e decidiram fazer algo em que ficassem juntos mais tempo. Pensa daqui e pensa de lá e o país escolhido foi Europa, Portugal.

Com suas ligações e amizades conheceu diversas oportunidades e acabou optando por comprar a então Herdade Tapada dos Coelheiros, hoje Tapada de Coelheiros. Sorte nossa, sorte de Portugal. Admirável o trabalho que o alberto vem desenvolvendo lá desde 2015 quando comprou a propriedade.

Herdade em Portugal significa uma propriedade que reune diversas culturas diferentes e em seus 800 hectares o Alberto tem sobreiros, nogueiras, criação e ovelhas e vinhas. Em 2016 contratou a consultoria de um enólogo de mão cheia, o jovem e competente Luis Patrão. Foi um casamento perfeito, pois os dois são apaixonados por ecologia, meio ambiente, sustentabilidade e consequentemente leveduras indígenas…  mas durante tres anos continuou com a consultoria do antigo e veterano enólogo da casa o respeitado e renomado Antonio Saramago.

A postura imposta pelo Alberto foi de trazer qualidade e foco no terroir de seus vinhos. E está fazendo isso com muita competência. Seus vinhos estão maravilhosos. Veja logo abaixo. Eu perguntei a ele sobre o negócio em geral e fiquei surpreso ao saber que o negócio rentável é a cortiça que ele colhe e vende para a gigante Amorim. Surpreso pois sabe-se que cortiça se colhe de 9 em 9 anos!… o negócio das nozes e dos cordeiros estão no beak even e os vinhos ainda estão no vermelho, mas ele acredita que ao atingir as 200 mil garrarafas/ano (hoje são 160) e dentro do projeto de evolução de qualidade e valorização de terroir, incluisve optando por lançar vinhos depois de cinco anos de afinamento, ele começará a ter lucro no vinho.

Nós degustamos os seguintes vinhos:

Coelheiros Rosado 2023 de Syrah com um toque de Touriga Nacional que dá um toque de elgância. Muito frescor e agradável com boa estrutrura. R$ 252,00

Vinha do Alto 2018 de Arinto, vinho de parcela, com uma evolução, mostrando um potencial enorme pela frente, denso e sedutor, toques de grape fruit, lima da Persia, e pêssegos maduros, delicioso, um de meus prediletos. Espero voltar a prová-lo daqui dez anos. R$ 860,48

Coelheiros Tinto 2021 Touriga Nacional e Touriga Franca e partes iguais. Vinho guloso com densidade mas com frescor e as notas típicas de frutas negras maduras e toque bem dosado de barrica. R$ 252,00

Vinha da Sobreira 2020 um Syrah 100% com muita elegância e personalidade valorizando o terroir específico que mostra cassis, amora, especiarias, vinho fino que vai longe. R$ 860,46

Tapada de Coelheiros Tinto 2013 um Cabernet Sauvignon 50% com Trincadeira e Aragonês com 25% cada. Soberbo, super jovem ainda, elegante vinho para tomar a garrafa toda. Super Show. R$ 568,59

Vinha do Taco 2012 Um espetáculo de prova esse Petit Verdot. Admirável parcela de solo granítico que só é produzido em grandes anos. Parecia ter metade da idade. Um espetáculo de vinho, com elegância folhas úmidas de bosque ao nariz com traços sutis da barrica muita complexidade tando no nariz como na boca, elegantérrimo, logo e equilibrado. Vinho fino. Certamente o que mais gostei e adoraria daqui uns anos confrontá-lo com vinho da mesma parcela das mãos do Luiz Patrão. Vamos ver…

Outra curiosidade é que há um fio condutor de terroir nos vinhos de Saramago e de Luis Patrão. Fiquei feliz. Aliás fiquei muito feliz com tudo, a pessoa, o trabalho, o resultado, a transparência, os vinhos. Super Show. Grazie Amigos!!! abaixo um vídeo que fiz do encontro. Saúde!

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