Midia digital, eu só queria entender…
A vida no mundo digital está completamente maluca, vou dar meus pontos de vista; dias atrás eu participei de dois eventos importantes no mundo dos vinhos.
Eu só escrevo sobre vinhos e mesmo nos posts Ubriacos que costumam ter dez vezes mais audiência que qualquer outro post, sempre tem o vinho no meio, claro.
Pois bem, os dois eventos em questão foram o lançamento do Barca Velha 2015 e a degustação vertical do Altesino. Na minha percepção, imaginei que o eventio do Barca Velha teria mais audiência que o do Altesino, o que de fato aconteceu em pouco volume no Instagram, mas no Facebook o Altesino teve 15 vezes mais audiência!! O que explica isso?
O Juscelino Pereira me pediu para fazer uma promoção do Castello di Gabiano Freisa, uma delícia por sinal, que ele vende nos seus restaurantes e também no Mercato Piselli. A Promoção oferecia 15% de desconto, foi veiculada no Instagram e teve mil e poucos views e nenhuma venda. NENHUMA, ou seja, o Didú é uma fraude total… O Juscelino então replicou a minha postagem e deu uma turbinada e atingiu mais de 30 mil views. Veja abaixo.
Muito bem, vários elogios no post e tal mas vendas: 6. Vou escrever por extenso: SEIS vendas!!! O que explica isso? Eu não sei e acho muito estranho.
Voltando ao Facebook, daí você recebe do Facebook a informação de uma performance maravilhosa de audiência, veja:
Isso não pode estar certo, pois não corresponde às audiências dos meus posts que flutuam entre 1.500 a 10.000. Bem, 10 mil se for ou Ubriaco, ou Polêmica, ou os dois… mas mesmo assim, não explica essa conta que o Face mandou pra mim.
Aí descubro que no Youtube cerca de 80% dos seguidores, hoje em torno de 23 mil inscritos, não me seguem em outras mˆdias, seja Face, seja Insta, seja o site e a TV sei eu lá… porém, ele me informa que as mais de 14 mil visualizações somaram 2 mil horas de vídeo!!!??? 2 mil horas são 83 dias!!!… hahahahaaaaa.
Ora, fico pensando no marketing, minha área de origem e percebo que hoje há um exagerado investimento em mídias sociais que deve ser repensado. Claro que para construção de imagem é super importante e não se vende se não se constrói imagem de marca, mas as duas coisas devem ser feitas orquestradamente.
Eu cansei de recusar ofertas de trabalho para ganhar por resultado de venda, afinal, meu prestígio e autoridade no que faço não pode ser recompensado apenas pela venda em si. Fico pensando em quantos desses 31.767 pessoas que viram meu post falando da uva Freisa e do Castello di Gabiano e do Mercato Piselli, ficaram com isso na cabaeçå e algum dia isso resultará em uma venda, ou já resultou na construção de imagem dessas marcas. Nunca saberei, mas certamente vale mais do que a comissão por vender 6 garrafas de vinho.
Essas 14.400 pessoas que assistiram 2 mil horas de meus vídeos o mesmo, quanto disso resultará em negócio e quanto construiu imagem de marca, de prestígio, de destaque? Nunca ninguém saberá.
Para a vaidade é muito bom e muitos vivem disso, foto daqui, foto de lá… mas e a grana?
Na pandemia, exilado numa casa de praia meu filho Demian (o sensato), entrou na do Erico Rocha, um gênio que trouxe a idéia do Marketing Digital para o Brasil, com sua fórmula que serve para o que você quiser, de pompuarismo a fazer coxinha em casa para vender pra fora.
A idéia é dos 6 em 7. Explico, em sete dias você lança seu produto e fatura 6 dígitos, ou seja, chega a R$ 100 mil! O cara tem todo um processo de lavagem cerebral que usa neurolinguística com marketing que é de deixar qualquer um louco. Meu filho fez o curso do cara e me convenceu a lançar um curso de vinho, pois eu tinha boa audiência, boa performance no vídeo e tal. Resumo da ópera, depois de mais de cem vídeos gravados, cerca de R$ 120 mil investidos em mídia (grana do meu filho), conseguimos faturar R$ 76 mil… Que tal?
Qual o atrativo do Erico Rocha? Faturar em sete dias seis dígitos?! Bem, até há casos, há diversos casos. Mas e depois? Com que periodicidade você vai repetir isso? E mais, quanto você vai investir para faturar isso? Ninguém faz conta. Uma fraude, uma grande ilusão. No meu caso foi pior, a constatação de que o público não quer aprender o que eu sei, o que custou anos e anos, degustações e degustações, viagens e viagens, livros e livros, não, não querem. Investir em conhecimento? Não, ele quer receber pronto. A Dica do Didú é que ele quer. Ele quer a pechincha. Conhecimento?… Não obrigado. É assim.
E agora o que não falta é consultor digital, recebo todos os dias algum e-mail de alguém oferecendo seus serviços… hahahaaaaaaaa. Eu só queria entender…