Ubriaco na Sexta-Feira Santa…
Hahahahahahahaha… que me desculpem meus queridos e tantos Amigos religiosos… Sempre penso na seriedade e sinceridade do Luiz (o Horta recluso, doidão e dono do melhor texto sobre vinhos que já foi escrito..), do Don Jerez, o Professor Pagliari que sabe tudo e não escreve nada por que é perfeccionista e mais doidão do que vocês possam imaginar… Eles são tão religiosos. Respeito mas não concordo… hahahaha Sorry. Cada um na sua.
Didú além de ubriaco é iconoclasta sibarita e contestador. Insuportável… Essa postura me expulsou de dois colégios católicos… Ora, tenho que respeitar o que penso e como acho. Tudo é um festival de achismos… ou não?… Mas não era sobre isso, era sobre fado.
Eu fui ontem ao Santa Luzia, o Templo da gastronomia, inigualável, o único reduto de quem sonha viver na Europa e vive em São Paulo… Meu sonho era ter ganho um concurso que me desse U$ 10 mil por mês vitalícios em compras mensais no Santa Luzia.
Na verdade fui para um café e um palmier (não é aquilo tudo, mas…) e um banheiro…, mas não dá para entrar lá e sair de mãos abanando, então lá foi uns ovos de Páscoa para os netos (nem vou falar pois quem não tem nunca saberá… hahahahah Foda-se, pois eu tenho. Sorry pela maldade, mas é sincera… hahahahaha), e então circulando pro lá vejo uma oferta de “lascas de bacalhau gadus morrua”, era um sedutor pacote de 1 quilo e não se tratavam, de lascas, mas de nacos de verdade e sem peles e sem espinhas… Santa Luzia. Precisa explicar mais?…
A luz da tarde no terracinho do Refúgio Biodinâmico…
Claro que comprei e resolvi improvisar um bacalhau a minha moda com o que tivesse e punto e basta. Tinha um vinho que estava olhando pra mim desde a mala do Simplesmente… vinho, era um Quinta das Bágeiras que meu Amigo Mario Sergio me presenteou gentilmente por saber de meu apreço pelos vinhos evoluídos… era um 2009!!!
Ramatis na Stella Crinita fazendo vindima e curtindo a vida que ele mais preza e gosta e é seu destino… fico feliz, mas fico só. Não é fácil. Tatá me liga e percebe pelos meus posts que estou só. Me diz: Você não sabe ficar só né?… danada. Mas o fato é que só há dois problemas, um é queeu sou muitos dando opiniões sempre contraditórias, sempre um Didú questionando o outro e não são apenas mas dois, mas tres, quatro… difícil coordenar isso. Não sei como fazia o Fernando Pessoa. Aliás sei… escrevia. hahahahahahaaa é isso, preciso por pra fora. Dessa forma, o que se passa é que só eu trabalho mais e bebo mais. É assim.
Mas voltando ao bacalhau. Já comentei aqui que acho que existe uma aura na culinária. Quem gosta de cozinhar vai sempre fazer bem se tiver bons ingredientes, a vontade e “fogo brando”… assim peguei aquele bacalhau e resolvi fazer um prato que na verdade teria dado facilmente para quatro… Vou por o link aqui da receita que está no Instagram… e claro que selecionei uns fados para cozinhar e beber… Fados das antigas, tipo Alfredeo Marceneiro, Maria Tereza de Noronha, Amália, claro… e uma concessão a Carminho e Marisa, coisas assim. Me divirto, me lembro da Mamãe (quanta saudade meu Deus… será que a Nazira estava certa?…), da vovó do vovô e dessa ligação sanguínea com Portugal. Nossa, basta pisar lá e a ligação vem… E quantos Amigos incríveis naquela terra abençoada. Engraçado como nós curtimos o fado que quase já mais não há e eles a nossa música… Bonito isso eu acho. Um desencontro que é na verdade um grande encontro histórico e demonstração de grande carinho e afinidade.
Preparo a mesinha em meu terracinho que outrora fora uma simples e humilde casa do cara que cuidava dos cavalos e gado do sr. Viana quando este lugar fora uma fazenda… Acho lindo meu terracinho… Me sento lea na companhia da Luna e do Costelinha, que claro ganham sempre um pedacinho de tudo que como… adoro esse relacionamento meio medieval com os cachorros ao lado, apenas por seu carinho e companheirismo e não mais para limpar as mãos da gordura em seus pêlos…
Ouço ou “oiço” os fados que adoro e penso nas letras, me divirto sozinho com a linguagem, os termos, e me lembro sempre do inesquecível fado (ouça aqui que vale a pena), No cume daquela serra… rio sozinho e até seleciono para ouvir… rio só no terraço com os cachorros, me embriago, olho com calma e sabedoria. (sabedoria? ou embriaguês?…) hahahahaaaaa e dou um valor incrível a tudo o que tenho, que vivi, que tove e que perdi, o que errei e o que acertei, o que pretendi e o que resultou, certo ou errado, tudo, o roteiro inteiro passando lentamente enquanto bebo como e curto ser um humano, resultado desses bilhões de evolução da explosão estelar que resultou nesse incrível Mundo que temos, essa impressionante realidade, tantas vezes tão burra, tantas vezes tão linda, tantas vezes tão triste… e então escrevo, para não entrar na infindável discussão dos veementes Didús querendo impor seus pontos de vista sobre esse mistérios maravilhoso chamado vida… Feliz Páscoa a você meu Amigo, seja da crença que for, afinal ninguém pode afirmar porra nenhuma mesmo… hahahahahahahaaaaa. Tudo é possível e tudo pode ser uma grande ilusão também… depende só do seu ponto de vista. Eu tenho certeza de que quando morrer, chegarei no céu à procura da Nazira e Deus me dirá: “Didú!!! Eu sabioa que você não ia me decepcionar!!!! ” hahahahahahaa Bacio. Abra um vinho e beba feliz com você mesmo.