Fulana, Cicrano e Beltrano? Deixa pra lá… Ubriaco, claro.
O dia estava pedindo sabe… eu tinha um papo com o Ramatis (o nobre), e fui à pé nesse calorão encontrá-lo no Zena Cucina, que está uma delícia, sem contar o atendimento que recebo do qual não sou merecedor.
Já tinha bebido um pouquinho mas tinhamos tres vinhos a degustar, um deles era o Cebolal, do qual até fiz um vídeo a respeito no Instagram, onde falando de Alentejo chamei Portalegre de Montalegre… hahahahahaaa já viu que prometia né?…
O Cebolal importado pela Quattro Import, de Arinto e Antão Vaz, um show de vinho do Alentejo marítimo, os outros dois, da Natural Vinci, falo dos Rochefert do Jean-Christophe Garnier chenin blanc do Loire e do Tentados do Micro Bio um verdejo da Castilla y Leon que tinham uma curiosidade, estavam na adega, abertos há 40 dias!! Foram servidos em uma degusta e depois ficaram lá e um deles criou um “velo” ou “véu”… aquela pequena cobertura de leveduras que costuma acontecer em Jerez, falo do Rochefoert. Aliás esses vinhos estão em promoção na Vinci neste momento. Estávamos os dois muito curiosos para provar.
Acontece que não saía da minha cabeça um post ubriaco para falar da fulana vaidosa que acha que importante no mundo do vinho é apenas o que ela fez ou participou, que não cumprimenta e faz tipo “poser”, do cicrano super popular com milhões de seguidores, que fala uma asneira atrás da outra, do cricrano que insiste em fazer o “6 em 7” do Erico Rocha, mas que gasta mais de cem para fazer cem…, da assessora que convida apenas os/as amiguinhos para os eventos, como se o evento fosse dela e não do Cliente, do beltrano desleixado e blasé que se acha, do produtor que se diz o que não de cara lavada, da importadora que chama um vinho convencional como sendo “natural”… do super professor falso que elogia de cara lavada o vinho que não gosta e nem fica corado, mesmo com sua cor macilenta… da deselegância de tantos, da postura em cima do muro, da dificuldade em serem sinceros, das invejas e falta de solidariedade e essas coisas que são tão presentes no meu dia a dia, que aborrecem, que empobrecem nosso cotidiano, que diminui o ser humano e o astral desses encontros.
Estava tão amargo com minha mania de apontar o dedo aos defeitos dos outros que uma parte de mim bateu em meu ombro lembrando que costumamos criticar aquilo que nós mesmos fazemos e caso eu não faça, por que me preocupar com isso? Me lembrando que devo cuidar da minha vida e foda-se. Me alertou ainda para tomar cuidado para não tropeçar e morder a língua que poderia me envenenar com meu próprio veneno… hahahahahahahaa toda a razão. Como ouço bem as críticas e dispenso as que não correspondem a verdade, tirei da cabeça essas críticas e parti para curtir os vinhos antes que fizesse merda em nomear a todos e criar um mal estar danado.
Fomos aso vinhos que estavam simplesmente sublimes. Importante ressaltar como os vinhos naturais têm vida. Mesmo depois de abertos crescem e muitas vezes para melhor. Sempre que abrir um vinho natural de um tempo a ele. Não é para se beber assim que se abre, vai por mim, deixe respirar.
Se puder guarde uma parte para a semana seguinte e atestará o que estou dizendo. Mas lembre-se vinho natural de verdade. Não esses que hoje todo e qualquer produtor de vinho fala. Natural e Naturalmente viraram palavra obrigatória na apresentação do mais convencional dos vinhos.
Vinho natural tem que ser de vinhedo orgânico ou melhor que seja biodinâmico, não deve ter adicnao de nada, especialmente SO2 e leveduras selecionadas. Confira isso no site do produtor verificando sua ficha técnica. E adianto que se isso não for mencionado é por que não é natural não. Garanto.