A grata surpresa com a UVVA
Fabiano Borre e Marcelo Petroli
Esta semana, a convite da minha Amiga Fernanda Fonseca, tive a gratíssima surpresa de conhecer alguns vinhos da Vinícola UVVA da Chapada Diamantina, em evento elegante no Rosewood.
O trabalho que a Fernanda vem fazendo para a UVVA tem sacudido o mercado com a divulgação da propriedade, da beleza natural, do ineditismo de um vinho dessa região, etc., porém o principal secondo me não li em lugar nenhum e foi o que mais me chamou a atenção. A elegância, qualidade, tipicidade e frescor desses vinhos.
Sou um comum crítico dos vinhos de poda invertida que tem encantado empresários de todos os setores a investir em seu sonho de ter um vinho para chamar de seu. que encanto e sedução que o vinho tem nas pessoas, não? Todo mundo quer ter ser vinho.
Acontece que a grande maioria desses vinhos, pecam em alguns pontos, como por exemplo; falta de diversidade, é um festival de Syrah e Sauvignon Blanc, depois a grande maioria usa a mesma levedura e os vinhos ficam todos iguais, depois a colheita costuma ser de uvas muito maduras, gerando mais açúcar e por consequência mais álcool, a extração costuma ser exagerada como também o uso abusivo de barricas quase sempre de 1º uso.
Mas na UVVA o que vi foi exatamente o inverso disso; vi diversidade de castas, vi vinhos elegantes e de álcool baixo, provei vinhos frescos, com tipicidade d casta e elegantes, experimentei assemblages deliciosos, o uso de afinamento em barrica muito delicado, ou seja, um passo adiante nesse mundo de poda invertida.
Outra notícia fantástica foi saber do Chardonnay que eles fizeram mas que ainda não veio ao mercado, de leveduras indígenas, que você sabe é o dna verdadeiro da uva e do local. Não se pode falar de terroir com o uso de leveduras que despertam na sua fruta os aromas e sabores de outro lugar…
Provei dois espumantes bastante bons, o que no Brasil não é novidade, e dois brancos, um Sauvignon Blanc e um Chardonnay, preferi bem mais nesse grupo o Chardonnay, excelente, untuoso, com tipicidade e madeira muito bem dosada.
No grupo dos tintos o nível me pareceu bastante superior, o Crodel, o Diamã, o Cabernet Sauvignon, vinhos muito sedutores, frescos e elegantes, que convidavam a repetir a taça. Fiquei muito feliz pelo que provei. E eram vinhos da primeira safra deles, ou seja, crianças ainda. algo emocionante isso, imagino o que serão esses vinhos daqui uns dez anos com essa videiras mais maduras e com fermentações espontâneas… Cumprimento o trabalho desse enólogo Marcelo Petroli.
Me surpreendi com o tamanho do investimento (R$ 50 milhões), investidos nesses últimos dez anos no projeto UVVA. O Fabiano teve a educação e o respeito ao responder essa minha pergunta, coisa rara entre empresários que fazem questão em manter segredo sobre o volume de seus investimentos, algo que nunca compreendi, pois sugere ou lavagem de dinheiro ou vergonha em dizer o montante, ou pior ainda a suspeita de sonegação. O Fabiano Borre não, falou e ainda explicou que boa parte desse montante é investimento do Banco do Nordeste.
Uma sugestão, mudar os rótulos que não são bons para fotografar e consequentemente diminuirá a exposição deles nas mídias, cada vez mais imediatistas e visuais.
Abaixo um pequeno vídeo onde você pode ver o Fabiano e o Marcelo. Saúde!