10 Anos do Vinhos de Bicicleta
Rdorigo Ferraz
Eu tenho um carinho enorme e uma admiração ainda maior por esse rapaz que criou o Vinhos de Bicicleta, líder absoluto em audiência de vinhos no Youtube, o Rodrigo esbanja uma série de qualidades. É muito comunicativo, simpático, transmite sinceridade, linguagem natural, bem formado, sem nhem nhem nhem, modesto, estudioso, em fim, um conjunto de qualidades que justificam seu merecido sucesso.
Os Vinhos de Bicicleta completam dez anos e o Rodrigo montou um evento super legal com cerca de mil pessoas que visitaram sua feira de vinhos com produtores nacionais e importados e que foi muito elegante e bem organizado.
Na ocasião ele apresentou seus tres rótulos próprios de pequeno volume, afinal são artesanais e de fermentação espontânea produzidos pela Valparaiso que é um capítulo a parte com tão pouco tempo de vida fazendo maravilhas e dos raríssimos vinhos naturais de verdade, com vinhedos orgânicos e fermentação espontânea. No vídeo o próprio Rodrigo apresenta os vinhos, veja:
Rodrigo Ferraz
O evento estava demais, com dois andares de uma concessionária de automóveis e motos l®á de São José dos Campos que está enorme e muito bonita.
A querida Luisa Bogo ladeada pelo Rodrigo Colón e o Didú
Contei com a presença do querido Rodrigo Colón do Tudo e Vinho, que é uma ótima companhia de degustações e de viagem também. Degustamos praticamente tudo que estava exposto e anotei alguns destaques entre muito vinho gostoso, vinhos bem posicionados ao mercado, uma diversidade enorme.
Fora o destaque dos tres vinhos do Rodrigo, que gostei muito de todos, mas preferi o Nebiolo, destaco os seguintes vinhos;
O Espumante Cristofoli Coleção Sur Lies Rosé (não me lembro das duas castas) foi simplesmente meu principal destaque da feira “secondo me”. Fresco, delicado, borbulhas minúsculas, acidez, cremosidade, intensidade, tudo que se espera de um grande espumante. Super Show. Destaco também seu Tannat de maceração Carbônica, uma delícia.
A linha toda Vitale, que é da Valparaiso onde o Rodrigo Ferraz encontrou seus rótulos, merece também meu destaque. São vinhos únicos, inimitáveis e mesmo que lhe surpreenda por alguma discrepância quanto a sua expectativa, são vinhos de personalidade e que merecem nossa atenção, por sua absoluta autenticidade. Um vinho Natural, anote aí, não deve ser julgado, ele deve ser estudado, pois ele está mostrando o que aquela determinada casta oferece naquele terroir de verdade.
A linha toda do Capoani, me surpreendeu. Por diversas coisas; elegância, foco na marca, vinhos de alta qualidade, um Moscato Gialo espumante surpreendente, um Pinot Noir delicioso, um Espumante Blanc de Blanc muito fino, aliás finesse é um termo que cabe bem a esse produtor que sabe usar madeiras, sabe não exagerar em nada. A linha toda está sensacional e tem por trás um empresário, o Noemir Capoani, que não depende dos vinhos para viver, entusiasmado e fascinado pelos seus vinhos, tendo por trás a promessa feita ao pai de não abandonar o lote de terra que seus antepassados compraram da coroa portuguesa.
O Barbera da linha Castas Italianas do Toninho Calza que hoje tem seu filho deitando e rolando lá, está espetacular, aqui meu destaque para a Barbera que está uma delícia de vinho.
Adorei encontrar a querida Patty da Monte Agudo de Santa Catarina, com quem fiz uma live com seus vinhos durante a pandemia.Seus vinhos têm elegância e frescor, típicos dos vinhos de altitude de Santa Catarina, a Médoc brasileira na opinião de Oz Clarke. Seu rosé Sublime, de Merlot com um toque de Malbec, se transforma em pleunasmo quando se prova… Sublime. Elegante, estrutura na medida, nada de amargor, nada de dulçor, refrescante e sedutor. Um espetáculo que fica ainda mais elegante na sua garrafa importada da França. Destaco também seu Chardonnay sem passagem por madeira, muito fino. A linha toda, seu Sauvignon Blanc, seu tinto Cabernet Sauvignon Expressão de altitude é muito legal também e seu licoroso de Chardonnay (coisa rara se não única), é muito agradável.
Termino com um Verde Tinto delicioso do importador Alma Lusitana. Vinho que o brasileiro ainda não entendeu. Tanino alto, Acidez alta, álcool baixo. É um vinho meio desconcertante, pois foge da regra de sua cor e nossa percepção de tinto. Eu adoro e recomendo com os pratos gordurosos como os tutus de feijão e costela de porco. Destaco lá desse importador de Joinville também os gostosos e frescos vinhos de Tras os Montes, o simpático Gustavo Rigon Narciso e sua esposa me deram a degustar um gostoso tinto de Tinta Amarela, Tinta Roriz, Touriga Nacional, Bastardo e Touriga Franca, chamado Catavello, que também me agradou muito. Eles têm um portfólio bastante abrangente e de qualidade da terra de meu avô materno.
Termino desejando vida longa ao Rodrigo Ferraz e seu Vinhos de Bicicleta. Cent’Anni.