Antinori na Berkmann
Hoje foi um daqueles dias… almoço no Ristorantino do meu Amigo Ricardinho Trevisani, que é uma delícia, a convite da Berkmann, a importadora que está trazendo Antinori para o Brasil. O evento foi magnificamente bem organizado pela minha Amiga Gina von Hertwig da Gina Comunicações, como sempre aliás…
O evento contava com algumas presenças ilustres, a começar pelo jovem Vittorio Rimbotti Antinori, um jovem de 28 anos um pouco reservado e que está empenhado em fazer diferença na empresa da “Famiglia.
Vittorio Antinori e Didú Russo
Eu fiz questão de gravar um pequeno vídeo com o Vittorio, que depois dois “bicchieri” ficou mais solto e pedi que ele falasse em italiano, veja que simpatia…
Havia também o Luca Soldo, Diretor de Marketing e Vendas da Antinori e Paulo Bruno Cordeiro que é o CEO da Berkmann Brasil, além de Rupert Berkmann, atual executivo da Berkmann da Inglaterra, que inclusive vende vinhos Valduga lá, especialmente Chardonnay e Pinot Noir.
Luca Soldo, Didú Russo e Paulo Cordeiro
Conheci também outro jovem italiano Elia Atzori, Export Manager da Antinori, que viveu na China, fala mandarim e é uma simpatia, adorou saber que eu arranhava um pouco de italiano e falamos muito do mercado chinês onde eles têm nada menos do que 25 importadores diferente!!! Cultura local de regionalização, além das eternas falsificações… histórias engraçadíssimas.
Didú Russo e Elia Atzuri
A Antinori praticamente dispensa apresentações, Mega empresa familair que produz vinhos desde 1300!!! Não haviam descoberto a América e eles faziam vinho. Uma família fenomenal muito rica e conhecida. Possuem cerca de 25 vinícolas e produzem perto de 20 milhões de garrafas de vinho ao ano.
Marchesi Antinori
Eles têm participação também na Haras de Pirque do Chile e inclusive degustamos um delicioso Albis de Cabernet Sauvignon com Carmenère ao lado de um Brunello Pian delle Vigne e ele não fez feio não…
Aliás curioso o que aconteceu, o Rupert Berkmann sentou-se ao meu lado, muito entusiasmado com o mercado brasileiro, que ele considera bastante semelhante ao mercado inglês e que acha com um enorme potencial, levantou-se assim que provou o Brunello, achando-o irregular. Ninguém na mesa havia notado qualquer problema. Bem, o vinho estava ligeiramente cozido. Eu jamais devolveria a garrafa que estavamos provando, tanto que bebi minha taça toda, mas ao vir uma nova garrafa todos concordaram que ele tinha razão pois a garrafa aprovada tinha mais frescor, parecia a um leigo, se tratar do mesmo vinho de uma safra mais nova.
O meu Amigo Diego Arrebola fez um comentário certeiro, ao dizer que certamente no Brasil, nós estamos habituados a consumir vinhos um pouco cozidos e nos habituamos a isso, por conta de armazenamentos descuidados, transportes descuidados, etc., tive que concordar… Aliás numa mudança de importador, o próprio Antinori tinha dois containers tomando sol no porto e o importador novo teve que assumir essa carga para acertar a representação. Resolveu então fazer um teste e ver se o mercado aceitava. O vinho estava completamente cozido, mas o mercado comprou, vendeu aos consumidores até que chegaram as novas importações, direitinho do vinho, era o Santa Cristina, um dos vinhos mais simples da Antinori… Porém, quando o mercado começou a receber as novas compras começou a recusá-las, afinal o vinho era outro… hahahaha e isso é verdade heim… demorou para o vinho retomar o mercado como é, com frescor e vivacidade.
Os vinhos degustados, foram apresentados um a um e eu gravei para vocês. Saúde!
Importante. Durante a gravação, na altura dos 25′ minutos mais ou menos Luca Soldo diz que Tignanello teria sido o primeiro Supertoscano, o que não corresponde às informações que tenho, eu até não me seguro no vídeo e comento que “não é verdade”, como no vinho há muitas histórias que quase nunca correspondem a verdade, vou colocar abaixo o que sei a respeito do surgimento do Sassicaia que foi criado mais de uma década antes de todos os outros. Isso não implica absolutamente nada na qualidade de inúmeros Supertoscanos que existem hoje, mas Tignanello não precisa de histórias para ser vendido. Vinho simplesmente extraordinário.
Na verdade a história dos Supertoscanos começa com Mario Incisa della Rocchetta, amigo do nobre Baron Philippe de Rothschild das corridas de cavalo, confidenciou ao Baron que sonhava produzir um Cabernet Sauvignon na região de Bolgheri (um vilarejo na costa da Toscana) e foi incentivado por ele a fazê-lo.
Assim, em 1948 o Mario começou a produzir o Sassicaia. Até os anos 60, eles bebiam esse vinho apenas nas festas da família. A partir de 1968 o nome Sassicaia foi para a garrafa do vinho produzido por ele, mas era vendido como Vino da Tavola, pois fugia às regras de usar Sangiovese em sua composição, afinal tinha apenas Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Diz-se, aliás, que essa safra sói foi colocada à venda por insistência dos Antinori, que pediram 250 caixas do vinho a Mario Incisa della Rocchetta para que fossem vendidos por seus distribuidores.
Não deu outra. O Sassicaia chamou atenção da crítica mundial e recebeu prêmios como o melhor Cabernet Sauvignon produzido no Mundo, ou o Melhor vinho Italiano e coisas assim.
O sucesso do Mario incentivou o aparecimento em décadas seguintes de Tignanelo (80% Sangiovese, 15% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Fran), de Solaia, (75% Cabernet Sauvignon, 20% Sangiovese, 5% Cabernet Franc), Ornellaia (Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot), entre outros.