Chateau La Mascaronne na Weinhaus.
O Chateau La Mascaronne é o mais novo integrante do seleto portfolio da Weinhaus Exzellence do Olavo Maciel. Ontem eu tive o privilégio de estar em mais um almoço degustação desse importador que prima por vinhos de altíssima qualidade, quase todos orgânicos, ou biodinâmicos e muitos de safras mais antigas pois ele tem essa predileção, assim como eu.
O Chateau La Mascaronne é de propriedade de Michel Reybier, proprietário entre outras coisas do Cos d’Estournel, do Champagne Jeeper, do Tokaj Hétszölö e de diversos hotéis.
Testes de diferentes prensagens de diferentes castas
Sua propriedade provençal é orgânica certificada e produz maravilhas. Os vinhos da Provence são simplesmente deslumbrantes, conhecidos muito mais por seus inimitáveis rosés de diversos matizes, do que por seus brancos intensos e seus tintos frescos.
Nesse encontro provamos quatro vinhos e tivemos uma simpática conversa virtual com a Fanny Le Goudeveze Diretora de Marketing e a Enóloga Nathalie Longefay, que consegui gravar alguns momentos para vocês. Uma pena que o som da Nathalie estava super distorcido na minha gravação e não pude aproveitar, mas tem bom conteúdo aí para você.
Os vinhos muito finos e de alta qualidade chamaram a atenção. Vou descreve-los na sequência da foto lá de cima…
Por exemplo o branco Vita Bella 2019, de Vermentino (Rolle) prioritariamente e um toque de Sémillon estava intenso e muito aromático, deixava um fundo de marzipan na boca, sua estrutura e força chamou a atenção. estava previsto prová-lo em primeiro lugar, mas a Fanny sugeriu começar pelo Rosé 2020 e foi decisão acertada “secondo me”, pois o branco tinha muita força e atrapalharia a sutileza e delicadeza do espetacular Rosé de Grenache, Cinsault, Syrah, Vermentino e Mourvèdre.
Estamos com tantos rosés no mercado, notadamente de novo mundo, que acabamos nos esquecendo dessa elegância provençal. Os rosés provençais conseguem ter estrutura com delicadeza, sem nenhum amargor nem dulçor ao final de boca. Classe que poucos conseguem. ele estava magnífico.
O Cuvée Guy da Nine 2017 Rosé de cor mais intensa de Syrah 60% e Mourvèdre 40% e que teve passagem por barricas, estava surpreendente, vinho mais evoluído, mais denso, com barrica bem dosada que lhe dava outra estrutura, cresceu muito na harmonização dos pratos mais condimentados, especialmente o peixe tostado na manteiga com amêndoas e aspargos selvagens. Um vinho que encararia facilmente carnes brancas com grande classe. Interessante que sua grande qualidade não é o frescor mas a densidade e complexidade aromática e gustativa.
O tinto Cuvée Guy da Nine Rouge 2017 me chamou muito a atenção, pois foge completamente do imaginário que temos dos tintos provençais, que são frescos, joviais, de corpo médio, alguns até ligeiros. Este não, com Syrah prioritariamente e um toque de Cabernet Sauvignon, o vinho é super estruturado, potente, denso, mas com grande frescor, complexidade e equilíbrio. Um vinho longevo que gostaria de provar daqui uns dez anos. Foi uma grande e agradável surpresa para mim.
Uma curiosidade a respeito do nome La Mascaronne que fonéticamente pode nos sugerir algo de herança italiana, mas não… a Fanny me explicou que Mas significa a propriedade, a casa , o local do proprietário do vinhedo, e caronne é uma vinha nova, por tanto La Mascaronne seria a casa do vinhedo novo. Saúde!