Uma vertical de Bouzeron
O Ramatis (o Nobre), havia comprado uma garrafa do espetacular Bouzeron do produtor A. et P. de Villaine em uma das promoções relâmpago da Mistral.
Em um delicioso sábado ensolarado, fomos para o terraço do Refúgio Biodinâmico nos deliciar com a preciosidade. Estava ESTUPENDO. Fiz um post na ocasião, mas não me contive e já mezzo Ubriaco, ligo para o Ciro Lilla que importa o vinho para lhe contar da maravilha e sugerindo que ele abrisse uma dessas garrafas para saber do que eu estava falando, aqueles aromas evoluídos de flor de camomila, um cítrico doce, um amendoado, um amanteigado, em fim. Show. É para quem gosta da evolução em vinhos, e compreende que muitas vezes vale trocar o frescor da acidez pela enorme sedução da complexidade aromática… O Ciro agradeceu e pronto.
Passa uns dias toca a campainha e era um carro da Mistral com uma entrega. O pacote era pesado. Agradeci, entrei e quando abro a caixa havia nada menos que cinco safras do vinho e um elegante bilhete do Ciro que dizia. Acho que você vai gostar de fazer uma vertical.
Inacreditável a generosidade e simpatia desse meu Amigo. Liguei imediatamente para ele dizendo que achava que a família Lilla iria interditá-lo qualquer hora dessas… que a generosidade dele era enorme e que me envaidecia a deferência, mas propus de fazermos essa vertical juntos, sugeri juntarmos o seu filho Otavio e ainda o Pagliari (o Don Jerez) e o Luiz Horta (o melhor texto do jornalismo do vinho e mais recluso do que nunca…). O Ciro aceitou na hora e marcamos esse encontro no simpático bar de vinhos da Mistral do Shopping Iguatemi.
Pedi ao Pagliari que levantasse as safras como foram, pois ele é o professor e adora essas coisas. Ele levantou tudo mas não vou cansá-los aqui com isso. Você pode saber tudo no site do produtor AQUI.
O que queria contar é que degustação vertical, que muitos desconhecem é quando se degusta um mesmo vinho de anos diferentes.
Queria dizer também a respeito de AOC ou Appellation d’Origine Contrôlée em francês e que muitos andam traduzindo para Apelação de Origem Controlada, equivocadamente. A tradução o seria Denominação de Origem Controlada, ou seja uma região demarcada que obedece a regras específicas.
Por exemplo, no caso da AOC Bouzeron por exemplo, ela determina que a AOC Bouzeron portanto, é a única denominação Borgonha de nível comunitário para vinhos à base da casta Aligoté. Outros vinhos de Aligoté da Borgonha são restritos à denominação regional Bourgogne Aligoté AOC, e todos os outros vinhos brancos da Borgonha de denominações comunais (exceto a AOC Saint Bris, que produz vinhos com a casta Sauvignon Blanc) são vinhos da casta Chardonnay.
A AOC Bouzeron foi criada em 1998, e nessa época substituiu a AOC Bourgogne Aligoté de Bouzeron, que havia sido introduzido em 1979 na AOC Bourgogne Aligoté.
Não há vinhedos Premier Cru na AOC Bouzeron. O movimento que resultou na denominação própria para Bouzeron e seu Aligoté foi liderada pelos esforços de Aubert de Villaine, co-proprietário do Domaine de la Romanee-Conti, Junto com sua esposa Pamela de Villaine, ele é proprietário do Domaine A & P de Villaine em Bouzeron.
Bem, esse encontro simplesmente fascinante, aconteceu ontem, claro que com a ausência do Luiz… hahahahaaaaa. E eu aproveitei para gravar um vídeo do momento para vocês. As taças foram as novíssimas Ridel Winewings, que nas palavras do próprio Riedel ela é “brutalmente funcional, levando os aromas e sabores do vinho em um vôo”.
Acabamos jantando lá e o Ciro não conseguiu não pedir um tinto e acabou na dúvida abrindo dois, do mesmo produtor… que tal?