BODEGA NOEMÍA. Vinho Raro, Pé-Franco e Biodinâmico.
A Bodega Noemía da Patagônia, se tornou com justiça, objeto de culto de apreciadores de bons vinhos em todo o mundo. Eles produzem apenas quatro vinhos de minúscula produção, muito ricos, sofisticados e disputados vinhos da América do Sul.
O Vale do Rio Negro tornou-se um paraíso natural para o cultivo de videiras, graças ao clima seco e a umidade máxima de 30%, evitando o surgimento de possíveis doenças. Na época de maturação, observa-se uma temperatura média de 28ºC durante o dia e 9ºC à noite, possibilitando que as uvas adquiram características únicas e marcantes.
A Condessa Noemi Marone Cinzano, irmã de meu amigo Francesco Marone Cinzano (Col d’Orcia e Reserva de Caliboro) e o enólogo Hans Vinding-Diers descobriram um vinhedo antigo e extraordinário de apenas 3.000 parreiras – plantado em 1930 com vinhas velhas de Malbec em “pé franco”, sem enxerto.
Com uma produtividade minúscula, de menos de uma garrafa por videira, e uma qualidade impressionante, nasceu o maravilhoso Noemía Malbec, um verdadeiro ícone, esse aí da foto que me foi presenteado pela Vinci Vinhos de Ciro Lilla.
Os outros vinhos da casa são elaborados com uvas de vinhedos distintos, com excelente qualidade e baixa produção. O rico e estiloso vinho J. Alberto é elaborado com um corte de antigas vinhas de Malbec (95%) e de Merlot (5%), de um vinhedo plantado em 1955 e com produção limitada.
O A Lisa, também é um corte de Malbec (90%) com um pouco de Merlot (10%), uvas provenientes de três vinhedos antigos.
Todos os vinhos desta maravilhosa bodega são tintos de exceção, marcados pelo terroir e pelas descobertas destes vinhedos tão antigos e tão especiais. E o melhor de tudo: são Biodinâmicos, ou seja; zero de interferência de produtos quimicos e nada acrescentado ao vinho na cantina. Viva! sinceridade na garrafa…
Embora tenha passaporte inglês e pai é dinamarquês e mãe inglesa, Hans Vinding-Diers nesceu em 1969, em Stellenbosch, África do Sul, em plena região vinícola. Quando tinha quatro anos, mudou para Bordeaux, onde estudou e passou a maior parte da vida. Lá, seu pai possuía um Château, Château de Landiras, e, assim, cresceu no mundo do vinho. Aos 18, foi trabalhar numa vinícola na Austrália, foi quando decidiu que realmente gostava de fazer vinho. Pois, antes disso, era muito mais interessado em teatro, direção, escrita.
Ele já fez vinhos na Austrália, África do Sul, Uruguai, Chile, Argentina, França, Espanha, Portugal, Hungria, entre outros lugares.Seu trabalho na Bodega Noemía é simplesmente espetacular. Vinhos que merecem ser provados. Saúde!