Cabral e o Porto de 1880!
Já comentei aqui uma vez, da elegância ao receber do casal Leda e Cabral. Coisa realmente rara nos dias atuais, lamentavelmente. Pois agora aconteceu novamente. Por razões que não cabe aqui comentar, fui homenageado por esse meu Amigo querido Carlos Cabral com um almoço preparado por ele e sua esposa Leda e um desfile de iguarias. E sabe o que é mais legal? O carinho sincero deles comigo. Como dizia meu Amigo Fernando Brito, já falecido infelizmente,,, “Didú, o dinheiro só compra o que tem preço e uma amizade como a sua não tem preço…” Pois é exatamente isso.
Carlos Cabral e Didú Russo
Desta vez sem a Nazira mas acompanhado do Ramatis (o Nobre) que tirou essa foto. O encontro prometia uma garrafa de um Porto 1880 !!! Na ida, contei ao meu filho que ele teria uma aula de fidalguia, de educação de generosidade e de amizade.
Vejam a mesa que foi arrumada para o encontro.
Bem, eu já sabia que teríamos um bacalhau que o Cabral prepara como ninguém e depois uma rabada, pois o casal como eu gosta das comidas de antigamente, dos bifes de fígado, dos rins, dos miolos a milanesa e esses pratos tão comuns de nossa infância e que hoje desapareceram…
Mas havia vinhos… imaginem que começamos com uma salada deliciosa acompanhada por um Champagne Veuve Clicquot que eu me esqueci de fotografar…
E então na sequência teríamos o bacalhau e a rabada e para eles dois tintos… já previamente decantados… vejam que capricho e que organização, pois ao chegarmos, momento da foto lá em cima, não havia os decanters na mesa…
O bacalhau estava espetacular, no ponto exato, suculento, tostadinho, e as batatas impecáveis, um show. Veja por você mesmo…
A rabada foi preparada com um Talento da Salton!…veja que capricho.
Bem, mas você deve estar curioso para saber dos vinhos dos decanters não?… então me desculpe deixá-lo com água na boca, pois o Cabral sabedor de minha predileção por vinhos com idade, abriu de sua adega as seguintes garrafas…
Um espetáculo de almoço acompanhado das histórias do Cabral com tanta vivência e tanta coisa para contar e com uma memória melhor que a minha… Terminado o pantagruélico almoço, a Leda trouxe um bolko de frutas acompanhado por sorvete de creme que também me esqueci de fotografar e o Cabral me aparece com o Bastardinho do Azeitão!!!
O Bastardinho do Azeitão 1984
Essa raridade não existe mais. Produzido no passado pela José Maria da Fonseca, eram uvas bastardo (Trousseaud), que o Domingos Soares Franco havia descoberto de um vinhedo perto da José Maria da Fonseca e todos os anos comprava a produção para produzir esse fortificado delicioso. Pois num belo dia ele passa por lá e não havia mais o vinhedo!!! Espantado perguntou ao proprietário o que havia acontecido. O homem deu de ombros e respondeu: “Ah… dava muito pouco, e eu arranquei tudo e agora planto tomates…” hahahahahahaaaaa
Bem, saímos para caminhar uma vez que havíamos comido e bebido bastante e deixamos para após a caminhada o Porto 1880 e os queijos… No condomínio onde moram Leda e Cabral há um jardim imenso, um parque na verdade, com diversos animais, Avestruz, Pavões, Patos, lagos com carpas, lindo. Assim fizemos, uma boa passeada e mais risadas e voltamos então para o grand finale…
Bem, para acabar com sua curiosidade sobre o Porto de 140 anos, abaixo há um vídeo onde gravei o Cabral explicando dele, o Ramatis usando a tenaz que deu trabalho, a descrição do vinho, feita pelo Cabral, a história da garrafa e as curiosidades sobre ela, uma taça Peugeot Les Impitoyables, já ouviu falar?… isso além de outras histórias fenomenais. Veja:
Bem acontece que a minha empolgação e alegria e do Ramatis também, nos levou a abusar e esvaziamos todas as garrafas num comportamento inaceitável… acabamos esquecendo os ossos da rabada que havia prometido ao Zé…
Zé em tres momentos, à esquerda esperando os osso, no meio decepcionado com a notícia do esquecimento pelo pifão… e à direita me perdoando…
Bem, saímos de lá fumando um Hoyo de Monterrey que meu filho Demian (O Sensato), havia me dado e viemos para casa comentando do dia simplesmente único que vivemos graças a generosidade desse raro casal. Como digo sempre, podemos até ficar sem beber, mas beber mal jamais… Grazie Leda e Cabral Amigos. Saúde!