A Confraria do Adolar cada vez melhor…
Há um lado legal nessa pandemia… os encontros virtuais têm seu conforto. eu me sento no meu canto de trabalho e acompanho tudo com o notebook no colo e a taça na mão…
Hoje foi assim novamente pois este ano, em função do distanciamento necessário por conta da pandemia do Covid-19, a Decanter com a CH2A criaram a Confraria do Adolar. O primeiro encontro se deu com vinhos italianos. Veja AQUI., hoje foi o segundo encontro, em torno de vinhos portugueses.
Os convidados, por sorte eu su um deles, recebem em sua casa uma seleção de vinhos do tema e pelo Zoom, todos se encontram, degustam, comentam, o Adolar conta histórias peculiares de cada produtor, como os conheceu, fatos engraçados e o Tiago Locatelli apresenta de forma perfeita e didática os vinhos.
Hoje os vinhos foram os seguintes:
- Anselmo Mendes Parcela Única Alvarinho 2018
- Quinta dos Roques Dão Encruzado Branco 2019
- Alves de Sousa Quinta da Gaivosa Tinto 2017
- José Maria da Fonseca J Tinto 2015
- José Maria da Fonseca Alambre 20 Anos
Nem vou falar dos vinhos, por que você já tem os links aí acima e pode se informar no site da Decanter, o que queria contar é do clima do encontro… Isso por que já no segundo encontro a Decanter conseguiu o que uma Confraria tem mesmo de melhor, a descontração, a troca de idéias informal, as boas informações, conteúdo.
Claro que quando se tem no grupo pessoas como o Cabral e o Jorge Lucki, o nível sobe e isso ajuda muito. E hoje foi assim, discutimos temas como a razão de haver a tradição de ânforas no Alentejo e não ter no Dão e Douro (fato explicado pelo Lucki por o vinho ter chegado a Portugal pelos Gregos e justamente vindo por lá…), o Cabral contribuiu dizendo que no tejo e em Lisboa também se encontra aqui ou alí alguma coisa e seu humor não deixou passar o comentário: “Didú, quem sabe pelo Douro e Dão não terem terra… hahahaha”
E assim foi, com o Adolar contando boas lembranças desses produtores, a Gabriela Bigarelli que é embaixadora do JMF e esteve com os outros produtores quando gravou seu programa por lá, também contou boas histórias e quando se falou do Domingos Soares Franco, não faltou lembranças de muitos dos presentes.
O Cabral, que além da cultura, conhecimento e simpatia tem uma belíssima adega, me lança uma sensacional. Disse que o Domingos costumava visitar um produtor de uvas que tinha uma pequena parcela de uma tal Bastardinho de Azeitão, uva que segundo o Tiago e outros, seria a Trousseau francesa. Muito bem, o Domingos então comprava as raras uvas desse pequeno produtor e produzia umas poucas garrafas dessa preciosidade que envelhecia por muitos anos.
Conta o Cabral que um belo dia o Domingos passa por lá e não havia mais vinhedo!!?? Então pergunta ao antigo produtor: Cadê as uvas? E ele responde: “Ora… não dava muito… arranquei tudo e agora planto tomates…” hahahahahahaaa as histórias do vinho.
Bem, essa foto que você vê acima é um exemplar raríssimo desse vinho que o Cabral prometeu abrir em uma próxima oportunidade em que a Confraria do Adolar possa se reunir presencialmente. Claro que o Adolar também levará algo de sua adega, igualmente recheada de bons exemplares… Agora é aguardar. Prometo contar a vocês quando esse encontro acontecer. Estou pensando em que garrafa levarei para fazer frente a isso… Saúde!