Steven Spurrier merece um aplauso e não tristeza.
Recebo a triste notícia do falecimento do critico de vinhos inglês Steven Spurrier pelo meu Amigo bem informado professor José Luis Giorgi Pagliari, o Don Jerez. Acontece que há pessoas que quando morrem não merecem a nossa tristeza, mas o nosso aplauso. Spurrier é um desses casos para mim. Vele saber de seu curriculo AQUI
Conheci o elegante e discreto Steven Spurrier no Brasil nos bons tempos de Expand e Otavio Piva no auge, quando havia recém inaugurado sua loja no Empório Santa Maria. Era chic.
O evento em questão era a primeira versão brasileira (depois teve mais duas e eu por sorte do destino estive em todas elas), da repetição do genial Desafio de Berlin de Eduardo Chadwick, que também estava presente, quando a exemplo do que fizera Spurrier em 1976 com o Julgamento de Paris que o deixaria famoso, (há inclusive um filme a respeito.), contratou o famoso crítico para repetir o mesmo formato do Desafio de Paris com seus vinhos Seña, Viñedo Chadwic e Don Maximiliano, entre clássicos grand cru de Bordeaux e classicos supertoscanos.
O evento que começou em Berlin depois rodou o Mundo e sempre colocando seus vinhos senão em primeiro lugar, sempre entre os primeiros. Isso acabou por elevar os preços dos vinhos premium chilenos no Mundo, especialmente nos EUA. “Se meu vinho rivaliza com vinhos top de R$ 4.000,00 por que não podem custar R$ 400,00” argumentava na ocasião com razão o orgulhoso e não menos elegante Eduardo Chadwick. Hoje seus vinhos ícones flutuam nos R$ 1.000,00.
Aqui vale tres comentários respeito desses desafios do Eduardo Chadwick. Após a degustação o Otavio fala de cada amostra e pergunta à platéia quem havia escolhido como o melhor vinho. Me lembro do espanto de todos ao verem que eu havia sido a única pessoa a ter escolhido um Bordeaux como melhor, o Châteaux Margaux…
Outra é que eu disse aos meus filhos antes de sair de casa para esse sensacional encontro, que eu mataria os tres supertoscanos: Sassicaia, Tiganello e Guado Tasso. Pois eu separei os tres vinhos do Chadwick… hahahahahahaa
A última observaçnao é a que fiz por ocasião do terceiro desses encontros em São Paulo, no Unique, ao próprio Eduardo Chadwick e ele não gostou muito…, diga-se. Eu disse: Eduardo, o que me intriga é o seguinte; se estamos falando de tres terroirs diferentes, Chile, Itália (Toscana) e França (Bordeaux) e inclusive entre eles há um biodinâmico (Seña), por tanto inalterado e íntegro, como é possível que fiquem tão parecidos em suas excelências a ponto de confundir experimentados degustadores? e ofereci minha resposta: É o afinamento em barricas, provavelmente com o mesmo tipo, produtor e tostagem ao ponto de influenciar dessa forma. Continuo achando isso.
Didú e Spurrier em 2014 em São Paulo
Spurrier esteve algumas vezes no Brasil e em 2014 foi convidado a coordenar uma avaliação de espumantes brasileiros entre espumantes de outros países. Na ocasião pude conversar com ele e tiramos essa foto que merece um comentário jocoso. eu gosto demais desse bonequinho do Tio Pepe, tenho inclusive uma bow-tie que carinhosamente a Gonzales Byass me presenteou… veja abaixo.
Bem, na ocasião, veja em minha lapela o tal bonequinho em forma de um Pin, usava o Tio Pepe que chamou a atenção do Spurrier que elogiou tanto que achei que ele queria meu Tio Pepe! Cheguei a oferecer-lhe mas ele não aceitou. Muito bem, chego em casa e ao retirar da lapela o Pin, ele se quebra em pedaços… hahahahahahaa aolho gorodo do Spurrier pensei… Mas consegui outro com o simpático e atencioso Antonio Palacios embaixador da marca…