Vinhos do Alentejo. Muito além de grandes Vinhos
Quando recebi a notícia de que o Alentejo havia ganho um prêmio internacional por sua performance no Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, me dei conta que faltava falar um pouquinho dessa região maravilhosa de Portugal.
Vários pontos merecem destaque quando se fala de Alentejo. O primeiro é que os vinhos do Alentejo são certamente a escolha mais certeira para consumidores brasileiros que adoram os vinhos chilenos e argentinos, encorpados, suculentos e sedutores. Os vinhos alentejanos em sua grande maioria têm esse perfil.
Outro ponto importante é que os vinhos de Ânfora tão em moda hoje em dia, que no Alentejo são chamados de Vinho de Talha, sempre existiram e sempre foram preservado, mesmo que hoje haja um engajamento maior de novos produtores, esse estilo de vinificação que usa as grandes talhas de barro em lugar das barricas, tem tradição milenar na região. Há maravilhas.
Outro ponto, pouco conhecido dos brasileiros é que a região de Portalegre no Alto Alentejo, por suas características de altitude, solo e clima, produz vinhos bastante distintos da maioria dos vinhos alentejanos que conhecemos, eles costumam ter mais frescor e mais delicadeza.
Podemos dizer que em termos de vinhos temos três caminhos, os vinhos “modernos” tomo a licença para assim chamar a maioria dos vinhos alentejanos, os de Talha e os de Portalegre.
Mas importante mesmo é saber que hoje o Alentejo é líder nacional em vinhos certificados, representando cerca de 40% do valor total das vendas em Portugal e acaba de conquistar o prêmio na 11ª edição do “The Drinks Business Green Awards”, que prestigia organizações ou empresas no mundo do vinho e destilados sobre boas práticas ambientais e de sustentabilidade.
Imagine que a CVRA – Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, organismo que controla, protege e certifica os vinhos do Alentejo, tendo como parceiro principal a Universidade de Évora, criou o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo que reúne: 18 capítulos e 171 critérios, a Comissão reúne 428 membros, 9428 hectares, 76 milhões de litros de vinho DO e IG.
Muito embora eu escreva sobre vinhos e não sobre gastronomia e turismo, não posso deixar de destacar a culinária farta do Alentejo como a Açorda Alentejana, o Ensopado de Borrego, os diversos “enchidos”, o Cozido à Portuguesa à moda do Alentejo, os queijos, em fim, um show à parte.
Também seu turismo com vistia a lindíssima cidade de Évora, os castelos de Marvão e de Mosaraz, um litoral lindíssimo como Troia, Comporta, Sines ou Vila Nova de Mil Fontes.
E olhe que eu nem falei dos Montados e das Azinheiras (árvores enormes, que fornecem uma madeira muito forte usada normalmente para confecção de ferramentas e também para carvão).
Os Montados é o nome que se dá ao cultivos dos Sobreiros, espécie de Carvalho que origina a cortiça. Para você ter uma idéia, são necessários vinte anos entre o plantio e a primeira retirada de casca (o sobreiro é a única árvore que você pode retirar sua casca toda e ela não morre), mas que não serve para muita coisa. Depois, a cada 9 anos se faz uma retirada dessa casca. Um espetáculo. Veja este vídeo:
Em fim, paisagens lindas, gente maravilhosa e acolhedora, comida farta e deliciosa, vinhos nem se fale e com muitas quintas maravilhosas com estrutura para o eno-turismo. Conheça o Alentejo e suas maravilhas! Saúde!! Acompanhe o Alentejo pelo Site e pelo Instagram.