Dégorgement
Recebi da Família Hermann neste fim de ano uma garrafa especial de um Lírica Crua com 86 meses de sur lies (sobre as lias).
Vou explicar como expliquei para minha família que se deliciou no Natal com esse vinho espumante.
Para se produzir um espumante é necessário se ter um primeiro vinho, chamado de vinho base que nada mais é que um vinho, normalmente com acidez elevada. A este vinho é acrescentado mais leveduras e acúcar. Isso proporcionará a re-ferementação do vinho.
Como se sabe na fermentação a acão das leveduras transformam o açúcar em álcool e gás-carbônico. Como a garrafa está nesse momento com uma tampa tipo “corona” esse gás carbônico fica aprisionado formando a bolhinhas (Pérlage) do espumante. Esse processo que descrevi se chama de “Liqueur de Tirage” ou “Prise de Mousse”, ou em português Tomada de Espuma.
Normalmente, na maioria dos espumantes, esse espumante ficará cerca de tres meses assim até ganhar as borbulhas e então se dará o toque final, quando se livra o espumante dos resíduos das leveduras “Dégorgement” e acrescenta-se então o “Liqueur d’Expeditión” quando se acrescenta uma espécie de xarope que determinará a “dosagem” de doçura do espumante.
Muito bem, no caso deste Lírica Crua, o processo de dégorgement não é feito. Então o espumante vai evoluindo com a decomposição das leveduras que lá permanecem, ele tem certa turbidez no visual, mas tem grande complexidade aromática e gustativa.
Este está desde 2013 na garrafa e me foi presenteado agora. Foi um espetáculo de espumante que alegrou nossa noite de Natal entre outras garrafas.