A gangorra dos números do vinho. Só no Brasil mesmo…
Outro dia fiz um artigo onde comentava sobre o crescimento na importação de vinhos, inclusive com ponderações do Carlos Abar que merecem reflexão. em outro post comentava do conceito de “percapita” e o que se escondia atrás dele.
Na ocasião do primeiro post pedi a Uvibra informações do mercado brasileiro e recebi apenas jan a jul 2020 x 2019. Queria os números de 1 anos inteiro, pois acredito ser mais sensato. Eles me disseram que “não tinham mas iriam ver se conseguiam…” eu continuo aguardando.
Os números que recebi davam conta do seguinte:
NUMEROS VINHOS NACIONAIS 2020.
140.715.537. jan/jul 2020 vinhos brasileiros. (10%são referentes a vinhos finos)
5.216.553 jan/jul. 2020 espumantes e moscatéis.
Total 145.932.090
NUMEROS VINHOS NACIONAIS 2019.
100.650.596. jan/jul 2019. Vinhos brasileiros (10% são referentes a vinhos finos)
5.851.032 jan/jul 2019 espumantes e moscatéis
Total 106.501.628.
39.431 litros. de um semestre em comparação ao mesmo período de significativos 37%
Era de se esperar, convenhamos, em função do câmbio que embora tenha demorado a fazer efeito, se mostrou presente e continua firme nas alturas, o que favorece claramente os vinhos brasileiros. Eu mesmo sempre defendi e defendo que abaixo de 50 Paus, não há o que pensar, prefira os brasileiros, pois salvo uma agulha no palheiro, não há o que se discutir, a compra melhor é a dos nossos rótulos.
Mas, enquanto a informação que pedi a Uvibra não chega, sou surpreendido com uma informação da mesma entidade, dando conta de que:
As informações vêm sempre confusas. O mercado vem de um momento de euforia de consumo onde se coloca na mesma cesta todos os vinhos e de repente do nada vem uma queda enorme mas nos vinhos finos que representam apenas 10% dos números totais…
Os leitores que se danem, eles que tratem de entender essa gangorra de números e de mistura de informações…
Ora, me desculpem, não consigo acreditar que um mercado caia em um mês 30%. Nunca ouvi uma coisa dessas. Não vejo nada de sensato nessa informação. E acredito que o levantamento da Uvibra mistura muita coisa confusa quando afirma ser números de comercialização, pois como entram os vinhos que foram produzidos e repassados para uma distribuidora própria? E os vinhos que chegam em tanques para São Roque, Jundiaí e adjacências e se transformam eu outras bebidas que não são nem vinho fino, nem vinho de mesa e nem espumantes e moscatéis?
Eu continuo lamentando que o Brasil não tenha números de venda. É sempre uma suposição. Os números dos importados é o que entrou no pais legalmente enão o que foi vendido, o do Brasil um mistério entre o que foi produzido, o que foi distribuido, o que é mosto, o que vieou outras bebidas. O governo que tem certamente os números de venda corretos, ao menos do que é comercializado legalmente não fornece esses dados. E nós meus amigos, ficamos com isso. Uma informação absolutamente improvável de que o mercado que mostrou euforia nos últimos tres meses agora cai 30 % em um único mês… Então tá bom… Eu não acredito.