Presidente da OIV deu um Show
Didú e Dra. Regina Vanderlinde
Hoje eu tive o prazer e também o orgulho de ter entrevistado uma brasileira que preside a OIV Organização Internacional da Vinha e do Vinho.
Trata-se de feito inédito. Nunca um brasileiro esteve nesse cargo. Nunca o Brasil teve um representante do Vinho em tão importante posição internacional.
O melhor de tudo isso é que a Dra. Regina tem cabeça aberta, gosta de vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais, é liberal, considera que todo nicho de mercado deve ser respeitado.
Lamentavelmente a tecnologia me pregou uma peça e depois de cair bastante o sinal da live, propus entrarmos novamente. A primeira parte você pode assistir aqui neste LINK, porém na segunda, onde ela deu um verdadeiro show, com uma aula de análise de vinho, sua área de especialização, defendeu o vinho de mesa, mesmo reconhecendo que não atende seu gosto, mas que se trata de produto tão são e tão benéfico como os vinhos finos. Uma pena, mas perdi essa segunda parte.
Em resumo a Dra. Regina reconhece que os principais problemas que enfrentamos são a Burocracia e a Desunião do Setor. Não acredita que o lobby de produtores brasileiros sejam responsáveis pelas picuinhas de exigências aos vinhos importados, pois eles não têm representatividade suficiente. Considera que a maioria dos problemas são de ordem burocrática.
Considera que o Vinho no Brasil é muito pequeno na relação de outros setores como carne, maquinária, etc., e por essa razão deveria se unir para ter representatividade e deixar de esperar por iniciativas do governo.
Ressaltou que a OIV apenas orienta, recomenda, mas não tem poder de legislar.
Ela mostrou muita vontade e otimismo em mudanças contou da criação da comissão técnica brasileira CDBVV que não existia.
Comentou sobre o Certificado Digital que deverá solucionar muitos problemas, pois não há sentido em um Laboratório Valido no Mundo inteiro não ser aceito no Brasil…
Está desenvolvendo neste momento um trabalho para a Secretaria de Agricultura Familiar que vai avaliar detalhes da lei da União Europeia e o Mercosul, especialmente quanto a Métodos e Análises, para que se possa ter uma mesma norma para todos.
Não demoniza o vinho natural. Ao contrário, considera que deveríamos ter legislação específica definido padrões. Considera como classe de vinhos especiais.
Ficou bastante surpresa com minha informação da exigência de um selo específico brasileiro e da comprovação de que um vinho orgânico seja mesmo orgânico. Considera que isso será resolvido com o certificado digital.
Reconhece a fragilidade da lei do vinho Colonial, que não permite um produtor familiar comprar uvas para fazer vinho (ele deve ser dono de 70% das uvas!…) e também não permitir que ele venda seus vinhos para CNPJ, mas as uvas sim… o que mostra sua sensibilidade.
Me ofereci e ela aceitou que listasse esses diversos pequenos entraves para que o Vinho artesanal e as discrepâncias das exigências de importação como análises, rotulagens, etc. para tentar ajudar em algo.
Foi simplesmente espetacular a entrevista. Recomendo que você assista ao menos essa primeira parte. Que bom que temos uma pessoa franca, competente e aberta na Prsidência da OIV por ainda mais um ano e depois mais tres anos como vice-Presidente. Saúde!!