Nebbiolo!!! Madonna Mia!!
Degustação Vin d’Ame
Eu tive o privilégio de participar de uma degustação on-line pelo Zoom a convite do meu Amigo Michael Schütte da Importadora Vin d’Ame em torno de vinhos da casta Nebbiolo e com a presença de dois produtores, o Maurizio Francesco e da Monica Rocca.
Os quatro vinhos estavam deliciosos e cada um dentro de seu perfil:
Nebbiolo D’Alba DOC 2017 a R$ 169,00
Langhe DOC Nebbiolo do Oddero (orgânico) a R$ 289,00
Barolo DOCG 2015 do Franco Francesco a R$ 399,00
Barbaresco DOCG 2013 do Albino Rocca a R$ 529,00
Monica Rocca
Foi uma experiência deliciosa e devo dizer que confirmou minha expectativa com a casta de minha predileção, pois todos os vinhos foram abertos uma hora antes da live. A live durou duas horas e ao final os vinhos todos estavam em seu melhor momento. Que grande casta é a Nebbiolo!
Eu sou um grande apreciador de Barolo. Vinho sedutor e estruturado. Ele me impressiona especialmente por sua transformação na taça. Se você servir uma garrafa de Barolo em quatro taças e esperar cerca de meia hora para degustar cada uma delas, você provará quatro vinhos diferentes. Não há outro vinho com uma performance dessas. Experimente.
Uma vez perguntei sobre isso a respeito da uva Nebbiolo ao Edegar Scortegagna, enólogo da Luiz Argenta e professor e ele me explicou a genética especial da Nebbiolo, veja:
Essa característica faz do Barolo um vinho especial. Sua aparência sugere algo feminino, se fosse uma pessoa, no visual um Barolo me sugere uma moça delicada, sensual, sedutora, mas ao conhece-la melhor, mais profundamente, você percebe que por trás daquela aparente delicadeza se esconde uma fortaleza, uma mulher forte, firme, íntegra de grande estrutura para uma vida longa…
A uva Nebbiolo está presente na região do Piemonte, em diversos diferentes terroirs e com diferentes DOCs.
DOCG (Vinhos de Denominazione di Origine Controllata e Garantita), a elite dos vinhos italianos, no Piemonte são cinco: Barolo, Barbaresco, Gattinara, Asti, Brachetto D’ Acqui. Além desses, também saem da região 42 vinhos DOC (Denominazione di Origine Controllata) e vários Vini da Tavola de boa qualidade.
De modo geral é importante saber que o Langhe e seus grandes vinhos
Localiza-se na província de Cuneo, a margem direita do Tanaro. É a região piemontesa de maior prestígio pela alta qualidade de seus vinhos. Tem solo calcário branco, arenoso e de baixa acidez, ideal para o plantio da videira. A culinária regional é famosa. Uvas tintas: Nebbiolo, Barbera, Dolcetto, Freisa, Grignolino. Uvas brancas: Arneis, Favorita, Moscato, Chardonnay.
A sub-região engloba Barolo e Barbaresco, onde se produzem os vinhos com a mesma denominação, além da cidade de Alba. A zona de Barolo é dividida em três porções, de acordo com a formação de seus solos:
Vale de Serralunga, onde os vinhos são encorpados e potentes, com taninos bem marcados e vocacionados para a longa guarda. Serralunga d’Alba e Monferrato d’Alba são seus mais prestigiosos vinhedos.
Vale do Barolo inclui os vinhedos de Barolo e La Morra. Os vinhos são mais delicados que os de Serralunga. Elegantes e macios sem prejuízo de sua grande estrutura.
Castiglione Faletto que fica entre os Vales de Serralunga e Barolo. Solo semelhante ao de Serralunga. Esses vinhos mesclam a elegância de Barolo e a potência de Serralunga.
Os Barolo DOCG devem ser 100% Nebbiolo, ter ao menos 13% de álcool e pode ser um Riserva (mínimo de quatro anos de envelhecimento na cantina) ou um Riserva Speciale (mínimo de cinco anos)
Há uma diferença enorme entre um Barolo jovem e um maduro. Ideal é sempre se abrir uma garrafa dessas com uns 15 anos de idade ou mais para se sentir todo o esplendor desse vinho, com aromas de rosas, violetas, framboesas, ameixa madura, couro, alcaçuz, tabaco.
Os pratos com tartufo são especial companhia para um Barolo como também os ossobuco com polenta, as massas ao ragu. O proscu=iuto crudo e o parmeggiano curado também são ótima companhia para algumas taças dessa maravilha…
Houve um movimento de barolos modernos, com afinamento em barricas de carvalho francês em lugar dos botes grandes de eslavonia, com vinhos mais modernos e prontos para o consumo. Eu prefiro os tradicionais. Produtores como Bartolo Mascarello, o Cappellano (que inclusivie foi quem inventou o Chinatto), Giuseppe Rinaldi…
Mas parece que a onda modernista já está voltando atrás e fazendo vinhos com mescla entre botes grandes e barricas. Fico feliz.