O gostoso e acessível Irmãos Unidos Tinto
Eu tenho 25% de sangue português, mas devo dizer, que quando piso naquela terra do meu avô Licínio Granja… a coisa fala fundo. Que gente maravilhosa, acolhedora, amável, e teimosos… adoro. E a culinária? , e os vinhos?…
Há uma imensidão de vinhos que admiro e gosto e tomo e divulgo com orgulho da terra de meu avô. Hoje vou falar deste vinho que é para o dia-a-dia e que acompanha tão bem os pratos triviais, das pessoas normais com seu arroz, feijão, bife e batatas fritas ou uma verdura refogada.
Produzido com uvas da região de Beira (que vem se destacando eu diria), este vinho usa as castas Baga, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon. O Irmãos Unidos Tinto é vinho versátil que não machuca o bolso e que fica melhor com comida.
Por trás deste vinho simples e sincero de R$ 70,31 (há também um branco de65% Maria Gomes, 35% Bical), está uma casa de respeito que este ano está comemorando 100 anos de vida! O próprio nome já denuncia: Irmãos Unidos. É que poucos sabem que este é o nome dos produtores dos excepcionais Porta dos Cavaleiros e dos Frei João…
Soube na página de facebook de Miguel Ferreira que muito jovem, José Costa lança-se no mundo do trabalho, tendo sido contratado pela firma Bernardo Morais & Companhia, fundada em 1905, cuja atividade era a compra, venda e fabricação de licores vinhos e aguardentes.
Cedo ganhou a confiança dos patrões que, perante a dedicação e capacidade de trabalho do pupilo, lhe deram sociedade na firma entre 1918 e 1920.
Os anos de experiência e a vontade de abrir asas, encorajaram José Costa a outros voos. E, assim, em Março ou Abril de 1920, em associação com os seus irmãos Manuel Costa e Albano Costa, criaram a “Sociedade dos Irmãos Unidos, Limitada”. Assim nasciam as Caves São João, que, no corrente ano, completam o seu centenário.
Após um passado recente atribulado e onde a alienação da empresa esteve, por mais que uma vez, em cima da mesa, a empresa de São da Azenha, e que é a mais antiga em actividade na Bairrada, volta a desejar renascer e a conquistar o mercado nacional onde durante quase todo o século XX dominou.
Ao longo dos próximos meses A Lei do Vinho irá dedicar vários momentos à empresa centenária que ocupa várias páginas da história da Bairrada.
Eu considero esse produtor um dos ícones que o Ciro Lilla importa pela Vinci Vinhos e informo que costumam ter garrafas Magnum e com idade do Frei João que é vinho para se beber ajoelhado.
Uns anos atrás eu gravei com o Ciro Lilla a respeito desse produtor, que agora comemora cem anos de atividade, onde o Ciro conta uma história incrível de uma degustação `as cegas, vale ver. Saúde!