A Vida é boa para quem gosta dela.
Eu perdi um texto sobre meu cotidiano e alguns Amigos de Face me pediram para refazer, então lá vai.
Tenho um defeito de fabricação. sou feliz e otimista. Isso não é mérito meu, pois nasci assim. Quando acordo acordo entusiasmado e feliz por estar ainda no jogo. Me sinto como um Bem-te-vi que voa para o topo de uma árvore e grita alto: Bem Te Vi!!!!!!
Depois da higiene matinal penduro a toalha de banho no varal que é ao lado da horta e agora também umas camisetas, camisas mais simples, calças e tal que eu mesmo estou lavando no tanque. É hora de dar uns biscoitinhos aos cachorros, os meus, os cinco do vizinho de um dos lados e os tres do outro vizinho…
Acho o máximo que todos estão esperando, eles devem me achar o máximo… hahahahahaa
Saio então para caminhar com meus tres, a rua onde moro é super tranquila e quase não passa ninguém, é realmente um lugar meio esquecido aqui na Granja Viana.
Fiorella, Lorena e Benjamin (falta a Mia) com a Frika e o Costelinha (falta o Zé aqui…)
Na volta vou preparar meu café da manhã. A esta altura o Ramatis que cuida do pai como se ele estivesse num asilo, me prepara uma água quente com limão, cúrcuma e mel. Toda manhã em jejum…
Meu café da manhã é farto. Gosto de comer bem de manhã. Mamão, queijo branco, dois ovos quentes, dia sim, dia não, algumas vezes mexido com o queijo branco e bem molinho, um copo de Kefir de leite, umas cinco xícaras de café e pão com manteiga e algum queijo mais intenso. Pronto.
A casca do mamão eu dou um pedacinho para a Frika e outro para o Zé, o costelinha não gosta, o resto jogo no telhado do caramanchão para os pássaros e umas duas bananas em rodelas para os macaquinhos que `as vezes estão já esperando…
Não é comum, mas acontece…
A Nazira não gostava que eu desse comida aos cachorros quando estávamos `a mesa, mas eu sempre desrespeitei sua vontade pois eu simplesmente adoro os cachorros, então sempre eles estão ao meu lado e sabem que ganharão alguma coisa. Claro…
Hahahahahahaaa… vejam bem a cara deles… todos adotados, todos vira-latas como o Didú… hahahahahaaaa são melhore do que tanta gente que conheço.
O da esquerda é o Costelinha. Esse era do Ramatis e da Liz, mas quando eles se separaram, o Costelinha fugia de lá, a casa dela é a uns 800 metros da minha, e vinha para cá atrás do amigão dele o Ramatis (o nobre)… acabou ficando, era sua vontade.
A pequenininha é a Frika, tem 17 anos e foi a Nazira que pegou na rua quando filhote num Natal, abandonada e apavorada. Ela é chata pra caramba, rabujenta e super brava. Já se meteu em cada briga, sempre apanha pois é pequenininha, mas é fogo. Adoro ela por sua personalidade.
O da direita é o Zé. Minha paixão, pelo simples fato de que ele é que me escolheu. Simplesmente um dia apareceu por aqui, pulou pela cerca do vizinho e foi ficando. Depois descobri que ele é de uma outra casa, na rua da Ferradura, há uns cinco quilómetros daqui. Então ele divide sua vida um pouco aqui e um pouco na casa original… um figuraça…
Eu respeito sua maneira de vagabundo. ele é esperto, anda solto, fura sacos de lixo, provoca a todos e quando saio de carro ele vem correndo atrás… na volta me vê e corre alegre atrás do carro até em casa. Você pode eme achar um idiota, mas eu me emociono com isso.
`A noite senta ao meu lado e fica me olhando. Uma vez disse pra Nazira, o que é que esse cachorro viu em mim?… e a Nazira sempre sábia respondeu: o mesmo que você viu nele… O Zé agora na quarentena resolveu ficar aqui e já tem uns quarenta dias que não visita a outra casa… eu estou adorando.
Bem, depois disso vamos ao trabalho.
Este é o meu canto, daqui tenho a visão do resto da sala e da porta que dá para o terraço. É aqui que escrevo e faço “lives” e tudo o mais…
Acima você pode ver minha adega repleta de rótulos e alguns candelabro ubriaco em cima, e a cristaleira que foi da avó da Nazira e o carrilhão alemão que sempre toca quando estou gravando… ele foi a única coisa que sobrou em nossa família na famosa crise de 29 e está comigo. ele ficou doidão e toca a hora que quer. marca uma hora e badala outra e eu o respeito. Cansei de mandar arrumar, gosto que ele esteja lá e que toque… as horas ficam por conta de sua vontade…
Este é o terraço onde costumeiramente gosto de ficar `a tarde e muitas vezes
`a noite e onde tenho almoçado agora… essas poltronas foram reformadas e estão dentro de casa e aqui ficam duas cadeiras lá do pergolado…
Esse pergolado é o lugar que mais gosto da casa. Adorava fazer almoços aqui com toda a família, com amigos e esticar até escurecer e então em lugar de acender a luz eu punhas as garrafas com as velas (os Candelabros Ubriaco), para nos iluminar num clima meio de caravelas em alto mar, embalado pela conversa e pela embriaguez ao som de Zorba, ou canzonetas, ou músicas ciganas, em fim o que for do momento. Tenho grandes e gostosas memórias desse lugar…
Claro que quando não tinha a quarentena, tudo ficava muito melhor com a vinda dos netos. Os netos são aquele tipo de coisa que não se tem como explicar. Ou você vivencia essa experiência ou vai ficar sem saber. Aqui em casa eles podem tudo. A porta da sala que dá para os quartos está coberta por desenhos que eles fazem para mim ou fizeram para a Nazira. eles adoram vir em casa e lembrar de quando desenharam… Claro que não vou tirar nunca de lá…
E minha maior alegria é ter os quatro juntos, coisa que tive a sorte de ter feito justamente uma semana antes dessa pandemia.
Assim, reconheço e me identifico com o pensamento atribuído ao gênio Leonardo da Vinci… o fato é que sou grato e sou feliz e acho que viverei 180 anos… Saúde!!