Trazer Vinho da Itália. Atenção .
Confesso que hoje meu prazer em viajar é não carregar nada, apenas a mala de mão com rodinhas… coisas da idade. Carreguei muita mala, sou do tempo em que ninguém havia pensado nas rodinhas nas malas… Sou do tempo das malas-armário, do tempo de se embarcar com volumes líquidos acima dos 100 ml., o que dava sempre uma maleta de mão da Nazira com inúmeros cremes, que sobravam mesmo para o gentil de seu marido… ( eu dizia a ela: “Queria ter um marido assim… viu? e ela na cara de pau respondia: “Pois é pois eu tenho…”hahahahahahaaa) e ainda tive o tempo de empurrá-la em cadeira de rodas! Foram nada menos que quatro viagens assim… Chegou bonitão, agora curto não levar nem trazer nada. De forma que hoje passei a não trazer mais vinhos, coisa que fiz a vida toda, trazendo maravilhas biodinâmicas que não temos por aqui. A única exceção é quando volto por Paris pois cabem exatos 4 bag-in-box de 3l., cada, da BiboVino…
O Ramatis (o Nobre), continua usando toda sua possibilidade em trazer garrafas de Naturais sempre que viaja. Quando fomos a Barcelona ele usou a minha bagagem e a do nosso Amigo Zé Maria Queiroz para trazer um monte de garrafas.
Quando eu trazia sempre usei a tática de comprar fraldões geriátricos, mesmo sob o suspeito olhar do atendente da farmácia, para embrulhar as garrafas e assim tentar salvar minhas roupas de qualquer infortúnio. Sempre funcionou muito bem.
O Ramatis prefere colocar em caixas e embalá-las naqueles plásticos protect bag do aeroporto e despacha-loas como “bagagem fora do padrão”, a mesma que você envia sua guitarra, sua prancha de surf, seu carrinho de bebê. Sempre funcionou.
Como se sabe, o Brasil permite que você traga, sem pagar impostos, até 12 litros, o que são 16 garrafas de 750-ml., desde que não ultrapasse o valor total de U$ 500,00 por pessoa. Pois ontem, ao embarcarmos de Roma para São Paulo, Ramatis com 20 garrafas em duas caixas embaladas no protect-bag, fomos surpreendidos ao saber da moça que nos providenciava o checking de que não poderíamos despachar mais do que 5 garrafas por passageiro e que esse volume contaria como um despacho, desde que muito bem acondicionado. E não valia um envio com a soma de todos!…
Ficamos surpressos. Ela insistiu que da forma em que estava deveria ser despachado como carga, 24 horas antes e em endereço fora do aeroporto!! Insistiu nisso e imprimiu um texto da cia Alitália e ainda disse não se tratar de exigência da cia. aérea mas imposição do governo italiano. Nunca soube disso.
Um detalhe, nossa passagem era de classe executiva… por tanto tinhamos o direito de despachar duas malas de 32 quilos cada um.
A solução foi aquele desconforto de em cima da hora abrir malas já arrumadas e ajeitadas e acomodar as garrafas um pouco em cada mala… Por sorte não quebrou nenhuma. Fica a informação aos Amigos que ainda se dão a esse trabalho. Eu estou fora. Bebo o vinho lá e trago-o na memória. Nada de stress à esta altura da minha vida.