Tondonia, Buçaco e Musar. Quer saber?…
Por sugestão do Ramatis, resolvemos degustar os três clássicos brancos de guarda que sobreviveram aos modismos tecnológicos da vinificação moderna e se mantiveram íntegros às suas tradições. Falo dos longevos brancos: Tondonia, Buçaco e Musar.
Procurei o Ciro Lilla que importa os três vinhos contando da idéia e dizendo que se ele não topasse, que preço camarada poderia fazer para mim, pois queria fazer isso e gravar para meu canal de Youtube.
O Ciro, apaixonado que é pelo vinho, não só topou na hora como ainda convidou o grupo para jantar. Foi escolhido o Figueira Rubaiyat como local e o grupo foi formado pelo José Luiz Giorgi Pagliari (Don Jerez), Suzana Barelli, Ramatis Hagge Russo (meu filho Nobre), Luiz Horta que acabou não podendo participar, Ciro Lilla e eu. Meu filho Demian (o Sensato) que cuida do meu canal, montou toda uma operação para gravarmos essa degustação.
Os vinhos, embora de uvas diferentes, locais diferentes, têm estilo e proposta muito semelhantes.
Viña Tondonia Reserva Branco 2005
Viura (90%), Malvasía (10%) Fermentação em barricas de carvalho com mais de 142 anos de idade!! Leveduras indígenas. Depois passa 6 anos em botes grandes (6 mil litros os brancos e de 24 mil os tintos), de carvalho americano dos Montes Apalaches. Eles importam as toras e fazem toda a tanoaria em Lopez de Heredia. Passa por duas trasfegas ao ano. Clarificado com clara de ovos frescos e não filtrado. O Gran Reserva é o mesmo com 4 anos mais de barrica. O Gravonia é 100% Viura e com 4 anos de madeira.
Buçaco Reserva Branco 2003
Alexandre de Almeida, da família proprietária do Hotel foi o criador, fazendo um vinho para o Hotel em 1917, só vendido lá… exceto no Brasil, não Ciro Lilla?…
Ele mesclou uvas do Dão e Bairrada e para o branco escolheu as castas Encruzado, Maria Gomes e Bical. Desde 1990 Antonio Rocha é o responsável pelos vinhos e o mantém como sempre foi produzido.
Uma curiosidade é que apenas alguns vinhedos são próprios, mas também compram uvas de produtores locais e eles produzem o vinho na Curia, outro hotel do mesmo grupo, no coração da Bairrada. Tudo de forma natural e com leveduras indígenas e afinamento de três anos em grandes pipas de carvalho francês
Chateau Musar Branco 2008
De vinhedos de pé-franco com 50 a 90 anos de idade, das castas milenares libanesas Obaideh e Merwah, consideradas ancestrais das castas Chardonnay, Chasselas e Semillon… São dois vinhedos de solo pedregoso calcário, um ao lado do mar do Monte Libano e outro em Air Arab a 1.300 metros do nível do mar. Vinhedos de baixíssimo rendimento (entre 10 e 20 Hl/ hectare),
Ferementado em barricas de carvalho francês onde fica por 9 meses e depois passa pelo assemblage e é engarrafado. O vinho é lançado apenas sete anos depois.
Pagliari, Ciro, Didú, Suzana Barelli e Ramatis.
Quando o Ciro chegou, comentou que estava ansioso para a degustação e lembrou-se de um outro vinho, que poderia estar nesse painel. Ninguém conhecia o vinho que ele também importa. Bem, não deu outra, ele pegou o telefone e pediu que a loja da Mistral enviasse por um motoboy o vinho.
Tratava-se do Chateau de Fonsalette, um Côtes-du-Rhone do produtor Chateau de Tour, mesmo proprietário do extraordinário Chateauneuf du Pape Chateau Rayas. O Fonsalette é de Grenache Blanc, Clairette e Marsanne e também nesse estilo de vinhos de guarda.
E a Claudinha Mota que coordenou toda essa festa, em conluio com o Demian, ainda resolveu colocar de intruso o Quinta da Fonte Souto, um branco de Arinto e Verdelho produzido pelo Dominic Symington no Alentejo…
Bem, não quero contar a você tudo o que está no vídeo, então aproveitem. Saúde.