1.500 km e 67 vinhos depois…
Acabo de chegar da Espanha onde estive a convite da Via Vini e na companhia do André Maculan, viajamos nada menos que 1.500 quilômetros e degustamos 67 Vinhos, todos bons e vários excepcionais, além de conhecer gente muito especial.
A viagem surpreendeu-me positivamente do começo ao fim e curiosamente abrindo e fechando com as duas melhores refeições, não desfazendo das outras, claro…
Chegamos na pequena e acolhedora cidade de Tudela que fica em Navarra e fomos jantar no Restaurante 33, Eu não sabia, mas a região, se orgulha de ter as melhores verduras da Espanha e estávamos na semana do cardápio de verduras. Pois vou lhes dizer que foi um dos grande jantares que já tive em minha vida…
Juan Magaña e Didú Russo
Visitamos o simpático e competente Juan Magagna das Bodegas Magagna, respeitado por todos os produtores com que falei na viagem, e entre inúmeras provas de barrica e tanque, um Merlot 2001, do quel tem 17 mil litros, que iria começar a engarrafar… Um detalhe, Magagna contrabandeou suas castas de Merlot e de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, do Chatáu Pétrus, nos tempos de Fanco!, seu cultivo é orgânico e as leveduras são indígenas, mas ele não quer saber de certificar nada…
Visitamos a Bodega Pujanza do simpático e competente Carlos San Pedro, onde provamos diversos de seus vinhos e visitamos um “Pago” (epsécie de clos, de cru, de single vineyard), plantada ilegalmente em pé-franco em 2918! e degustamos esse vinho. Um espetáculo que incluiu uma visita a Laguardia, cidade histórica maravilhosa. Os vinhos de Carlos San Pedro também são orgânics e não adiciona levedura alguma, apenas as da própria uva é que fazem o vinho. Show.
Valentina Vidal
Estivemos ainda na Hacienda Zorita, recepcionados e ciceroneados pela querida Valentina Vidal, onde fui recebido com honras e tratado por Don Didú… O Hotel e SPA foi todinho restaurado e o prédio data de 1.336 quando foi uma aAbadia e onde Colombo esteve hospedado fazendo a cabeça do Monge Diego Deza, confessor de Isabel a católica. Um lugar espetacular.
Visitamos a produção artesanal de queijos de cabra e a estação de afinamento de jamón do Grupo Zorita e ainda conhecemos algumas das mais de trinta lojas boutique que comercializam seus queijos, embutidos e claro, seus vinhos. Um projeto impecável e que valoriza a cultura eno-gastronômica espanhola. Provamos diversos de seus vinhos, e meu predileto foi o Federico Paternina Gran Reserva. Tive a sorte e a honra de estar com Vitor Redondo, presidente do Grupo Zorita e com Don Carlos Faleó, o Marqués de Grignon.
Vitor Redondo, Didú Russo e Don Carlos Faleó, o Marqués de Grignon
E ainda visitamos Cebreros, a novíssima DOP distante 90 quilômetros de Madrid, onde o dedicado e visionário Jesús Soto da Viñedo e Bodega SotoMarinque, está produzindo maravilhas, como laranja da casta Albilio (autóctona de lá) e vinhos especialíssimos de Pagos de uvas garnacha, alguns com mais de cinquenta anos. Seus vinhos são muito sedutores e ele vinifica as uvas com uma pequena parcela de engaços.
Jesús Soto
Lá, ontem terminava essa minha experiência estraordinária e que fechava com outra chave de ouro um almoço com os vinhos ainda nem lançados de jesús e o menu degustação do Mesón de Doña Filo em Colmenar del Arroyo. Coisa finíssima e inesperada de um lugarejo que você atravessa inteiro em apenas uma mudança de marcha…
Eu trouxe muito material e certamente vou contar aos poucos a respeito dos produtores que visitei, com calma, assim que organizar os vídeos. Saúde! Grazie Via Vini e Andre Maculan pela oportunidade e parabéns pelo portfolio.