Onze perguntas. Uma resposta.
Segundo a última atualização do cadastro vitivinícola do Rio Grande do Sul, existem nada menos que 14.417 propriedades produzindo uva. Elas representam junta mais de 40 mil hectares de vinhedos!!! Produzem 758 mil toneladas de uva.
Como se produz uma garrafa de vinho com cerca de 1,1 kg de uva, estamos falando de matéria prima para 689 milhões de garrafas de vinho.
Então seguem as perguntas que têm em comum a mesma resposta:
- Por que esses proprietários aceitam a lei do Vinho Colonial, que os impede de fazer seu vinho e vende-lo para CNPJ (Restaurantes, Lojas, Supermercados), mas permitem que ele venda a uva para CNPJ (Grande Indústria)? Numa espécie de xeque mate para ser eternamente um fornecedor de matéria prima?
- Por que perder a oportunidade de agregar valor ao seu trabalho multiplicando por no mínimo 40 vezes a sua receita produzindo vinho?
- Por que o Ibravin, Agavi e demais entidades e assciações ligadas a uva e ao vinho acham isso justo?
- Por que o governo não olha para isso?
- Por que os deputados não olham isso?
- Por que exigem que esse micro produtor (90% deles são) as mesmas exigências de uma grande indústria para montar sua vinícola?
- Por que não exigem apenas uma análise de sanidade ao seu produto e pronto?
- Por que não enquadram especialmente no Simples como empresa de Pequeno Porte EPP recolhendo 6% de imposto sobre a venda.
- Por que nunca fizeram essa conta. Valor da uva x 40 x 6% que ele não arrecada hoje e mais toda a cadeia produtiva que isso envolveria: Gente, Garrafas, Material de trabalho, Rótulos, Caixas de papelão, Rolhas, Transporte, etc., etc., gerando renda, arrecadação e movimentando a economia?
- E por que esses 14.417 proprietários não se unem e vão a Brasília com apenas 10% dessas uvas e jogam tudo diante do MAPA?
- Por que todos eles, inclusive os inúmeros que produzem irregularmente seus vinhos, vendendo ilegalmente não se uniram para defender o Zenker?
A Resposta para todas essas questões é a Seguinte: Somos Amadores, Míopes e sem caráter. Uma pena. Mas é a realidade.