Afinal quem cria as Pataquadas do MAPA heim?…
Outro dia publiquei aqui a respeito das Pataquadas do MAPA. O Mapa é a abreviatura de Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Eles vivem criando normas que atrapalham, mais que ajudam, a vida do consumidor, através de suas Instruções Normativas.
Mas afinal de contas, por que razão um funcionário lá do MAPA iria se incomodar com um mercado ridículo que representa apenas 0,004% do PIB brasileiro? será que é ele mesmo que cria tanta pataquada? Vou lembrar apenas tres para você pensar comigo a respeito:
- Criar a categoria “RESERVADO” – vinho jovem pronto para consumo, com graduação alcoólica mínima de 10 % (v/v).
- Criar a categoria “Vinho Nobre” para o vinho nacional com graduação alcoólica acima de 14º mas obrigando o importado com a mesma graduação a colocar no rótulo que se trata de “Vinho Licoroso”
- Exigir análise química de vinho importado feita no Brasil. A que o produtor já fez no seu país de origem não serve.
Vamos pensar junto. Você acha:
- Sim, foi o funcionário do MAPA que em seu trabalho burocrático cotidiano, acordou um dia e pensou: Vou criar alguma pataquada hoje para o setor do vinho.
- Não, foi o Lobby de políticos que a serviço do setor da indústria do vinho forçou a barra do funcionário, que para manter seu emprego burocrático determinou a Instrução Normativa da pataquada.
Eu fico com a resposta 2 e você?
Criar problema para o vinho importado, achando que vai ajudar o vinho brasileiro é tudo que a indústria brasileira do vinho quer e sempre fez. Desde o ridículo Selo Fiscal e das Salvaguardas, que só fizeram encarecer o vinho para nós consumidores e que depois do estrago foram retiradas por eles mesmos. SALAME!!!
É assim no Brasil. Agora mesmo recebo e-mail da assessoria de imprensa do Ibravin dando conta da verba de R$ 5 milhões em convênio com o Sebrae para ações para o vinho brasileiro. Eles comunicam felizes que:
“Umas das novidades do plano de trabalho entre o Ibravin e o Sebrae é o incentivo a regularização de agricultores familiares como produtores de vinho colonial ou artesanal, enquadrados na Lei do Vinho Colonial, e o estímulo ao aumento da formalização de vitivinicultores de uva através da adesão ao Simples Nacional, que começou a vigorar para o setor neste ano. A expectativa é que mil produtores conheçam os benefícios do regime por meio de workshops online e presenciais e envios de informações.”
Ora, conversa para boi dormir. Deve estar sendo umproblemão convencer essa turma que vive fora das normas a se inscrever num dos dois programas… Afinal, todos sabem que a lei do Vinho Colonial é tapar o sol com a peneira e está a serviço da grande indústria. Prova disso é que ela permite a venda da uva in natura a preços sempre baixos, para CNPJ (ou seja, os grandes industriais do vinhos podem comprar essas uvas para fazer vinho), porém impede que o colono venda seu Vinho que tem valor agregado para CNPJ (ou seja, um restaurante não pode comprar seu vinho… ) O que você acha disso? É Pataquada ou não é?
Seu vinho só pode ser vendido para CPF (Pessoa Física) e na porta do Colono ou em feiras regionais!!!???
O medo do Colono virar um produtor é tanto que a mesma lei ainda obriga o Colono a ser produtor de pelo menos 70% da uva que usar para produzir seu vinho. HAHAHAHAHHAAAAAA. SALAME!!!!
Alguém pode me explicar a quem interessa isso?? Por que ao Colono não interessa.
A outra é a conversa mole do Simples para o Vinho que demorou dois anos de reivindicações do setor para na hora que sai exige que o estabelecimento siga as normas das boas práticas vitivinícolas do MAPA. Outra Pataquada de primeira, pois estas normas foram montadas para a Indústria, não para o Vinho artesanal. Sua implantação requer investimentos altos e impedem vinhos artesanais.
Basta dizer que não pode ter mofo em sua cantina. Se o MAPA encontrar um mofo na parede ele retira seu registro! Outro sonoro HAHAHAHAHAHAHAHAAAAA se o MAPA fosse visitar a Bourgogne o Mundo do Vinho de Classe estaria morto… SALAME!!!!
E outra, o Simples para o vinho acabou com escalas de valores que acba não valendo a pena e ainda exige um equipamento de controle de produção que só cerveja tem nesse país… Bem Simples, né?
Então, gente, não sei a opinião de vocês, mas a minha é a de que o MAPA não tem culpa alguma além de se submeter a vontade de políticos patrocinados pela grande indústria. E dá-lhe PATAQUADA…