Bag-in-Box, volto a insistir.
Eu ADORO Bag-in-Box, o brasileiro tem preconceito por ignorância e pela pouca oferta de qualidade que temos. Na França há BIB até de vinhos biodinâmicos, já publiquei isso aqui, os vinhos do Bruno Quenioux, os BiboVino. Mas aqui infelizmente o consumidor de vinhos é muito desinformado e ainda bebe por snobismo em sua maioria. Vai mudar e quem tem que fazer isso é o Setor desarticulado e egoísta.
Outro dia escrevi aqui sobre a oportunidade que o momento oferece ao vinho nacional, que em lugar de aproveitar para aumentar seus preços, o que muitos estão fazendo, deveria focar em vinhos simples, sem madeira (menos custo), e com frescor e principalmente incentivar o mercado com os BIB (Bag-in-Box).
O Juscelino Pereira que é um craque, assessorou sua mulher no projeto La Guitarra, quando chego lá ele me mostra uma barrica velha com uma torneirinha e me diz: Didú você vai adoroar isso aqui. Tinha um BIB dentro da Cave Antiga, o Venerábile de Cabernet e Merlot. Claro que adorei. A taça custa R$ 9,00 e dá boa margem de ganho, pois o BIB custa R$ 71,00 ao consumidor final.
Quem vai lá pode comer um belo prato de pasta a calabreza por R$ 32,00 e uma taça de tinto muito bom a R$ 9,00 e dar R$ 4,10 de caixinha e ter um bom almoço Abaixo de 50 Paus…
O curioso é que em 2012 a Confraria dos Sommeliers promoveu uma degustação de vinhos em BIB, com participação de diversos italianos, australianos e brasileiros e o vencedor foi justamente este Venerábile. Veja o vídeo da época em que essa caixa de 7 garrafas custava R$ 40,00.:
Como o destino é caprichoso, o Paulo Barão, representante da Cave Antiga em São Paulo e proprietário também da Taberna do Vinho, me convidou para almoçar e falarmos de comunicação para o vinho. Sugeri o La Guitarra, assim tomaríamos uma taça do Venerábile.
Nesse almoço o Paulo me conta a seguinte história: Pois é Didú, você sabe que em 2012 eu dava aula sobre Vinhos na Universidade de Guarulhos para a turma de Gastronomia. Eu sempre levava algum vinho para falarmos do assunto. Um dia uma aluna me mostra o seu vídeo e me pergunta sobre o Venerábile. Como não conhecia, prometi provar e voltar a falar.
Comprei, degustei, adorei e passei a promover esse vinho o que me levou a virar seu representante para São Paulo. Foi seu vídeo que começou isso…
Claro que fiquei feliz e envaidecido, quem poderia imaginar quão longe vai a iniciativa de um colunista de vinhos? Aliás, são RARÍSSIMOS os empresários do Setor que dão valor a isso.
Minha proposta de comunicação ficou com o Paulo e não sei em que vai dar, mas como tenho convicção das coisas que escrevo e acredito, volto a repisar o assunto do BIB e do vinho Brasileiro.
Imaginem vocês que esse BIB custa R$ 71,00 ao consumidor final e provavelmente R$ 50,00 ao Restaurante. R$ 50 por 7 garrafas! Estamos falando de 28 taças bem servidas. 28 taças que têm um custo de R$ 1,80 para o Restaurante.
Então eu fico imaginando que se um Cliente ao chegar em um Restaurante recebesse uma meia taça desse vinho (R$ 0,90 de custo), se ele não repetiria…
É preciso saber fazer: Bem vindo, que prazer (com uma taça na mão como quem está avaliando…), fulano (chama um garçom), por favor, traga uma prova desse vinho para o Sr. Didú para ver o que ele acha.
Assim, o Cliente não sabe que é um BIB, pois ele tem preconceito por absoluto preconceito, se sente lisonjeado, pois foi presenteado com a prova, depois o garçom oferece no momento do serviço: o Sr. gostaria de repetir o vinho? A taça custa… Poderia custar R$ 6,00 e seria um ótimo negócio.
Foi o que sugeri ao Paulo, que pegasse um ou dois bons Restaurantes e oferecesse alguns BIB com esse compromisso por parte do Restaurante e medisse quantos Clientes repetiriam o vinho.
É questão de trabalhar, de querer, de saber fazer, de não ser tão guloso, que ajudar o vinho. Precisamos aumentar a base de Consumidores e promover o conceito de 1 taça por refeição. Tenho convicção do que estou escrevendo e continuarei insistindo ao paralisado e choramingão Setor do Vinho Brasileiro.
Parem com choradeira e trabalhem a promoção com inteligência não com suborno. Lancem produtos como esse BIB, como o Paradoxo da Salton, como o PN Varietal da Aurora, entre outros.
Vinhos fáceis, agradáveis, honestos a preço que cabe no bolso do consumidor. Vinho que não quer ser Chileno, que se orgulha de sua origem, que não quer ser avaliado, quer dar prazer apenas. E promovam o ponto de venda com experimentação.