Didú na Serra Gaúcha 1
Eu não seria o Didú pé-franco e biodinâmico se negasse que o ponto alto de minha visita à Serra Gaúcha foi o encontro com Monica Rossetti.
E vocês haverão de concordar com minha coerência sobre tudo que tenho escrito aqui em meu site. Insisto no que sempre digo: Como é possível se falar em Terroir, Expressão do Local, Sinceridade em um Vinho, se matamos com SO2 as leveduras locais e adicionamos leveduras de outro lugar ao vinho? O que há de sincero nisso?
Se com medo de perder o vinho matamos a sua linguagem, o seu sotaque e até os seus desequilíbrios, ou manifestações menos desejáveis, que muitas vezes são o que me dão mais alegria, talvez por ser eu também desequilibrado e com manifestações menos desejáveis…, como é possível se falar de terroir, de expressão da safra?
“Secondo Me”, só se faz isso se não se tem um vinhedo completamente equilibrado e são. Seo se faz isso se seu compromisso é de milhares de litros de vinho globalizado. Só se faz isso se procurar o caminho mais fácil dos produtos químicos que estão comprometendo o futuro de meus netos. E digo mais, a melhor maneira de se ter um vinhedo equilibrado e são chama-se Biodinâmica.
Assim, mesmo tendo acontecido esse encontro no meu último dia da viagem, Eu tinha que começar falando da Monica Rosseti, até por respeito por algumas coisas da Monica:
- Sua convicção no que está fazendo que brilha seus olhos quando fala. Como gosto disso e como respeito isso.
- Sua alegria em me trazer duas taças com vinho do tanque, sem SO2 em nenhum momento, Um Tannat e um Nebbiolo que beberia um garrafão de cada um. Só suas próprias leveduras!! O Nebbiolo com 0,8 de Ácido Acético e não se sentia nada, com aquela estrutura, aquela força vital, aqueles 15 graus de álcool. Que super show!!!
- Ela está estudando num grupo de trabalho na Itália sobre esse mistério que são os estudos de Rudolf Steiner. E está empolgada. Que música para meus ouvidos.
Isso já bastaria para mim ter feito a viagem, mas além disso os vinhos estavam MARAVILHOSOS! Todos eles. Vejam a Monica falando:
Mas antes desse momento, gravei a Patrica explicando os rendimentos por planta de cada uma das categorias dos vinhos Lidio Carraro. Veja abaixo, e de sobra, na degustação encontrei meu atual vinho predileto brasileiro na relação qualidade x preço e sinceridade: falo do FACES Merlot 2015 a R$ 29,90 em São Paulo.
Por mim passaria o dia todo lá conversando com a Monica e degustando vinhos, curtindo seu entusiasmo que faz brilhar seus olhos e seu conhecimento que é de respeito, mas aprendi que não há tudo de bom para todos…
Essas situações só me fazem mais convicto do que penso, vinho sincero é outro mundo, outro patamar e é o que prefiro. Fica a recordação e o orgulho de saber que existe esse trabalho no Brasil. Grazie a todos e parabéns a Lidio Carraro. Bacio. Saudade.