Uma idéia para o Vinho no Brasil
No dia 19 de outubro de 2012, os supermercados, os Produtores de Vinho Brasileiro e os Importadores de Vinho assinaram um acordo, que marcou a retirada do pedido das salvaguardas ao vinho brasileiro e em contra-partida, constituiu um grupo de trabalho para promover o setor do Vinho no Brasil.
Essa foi uma saída que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior encontrou para tirar o governo do “Imbroglio” político que a Presidente Dilma Rouseff e seu Ministro do Desenvolvimento Agrário Pepe Vargas se meteram ao prometer soluções ao vinho brasileiro sobre carregado de impostos.
Para a tarefa contou com a ajuda inestimável da ABRAS, a poderosa Associação dos Supermercados em reunião no MDIC quando participantes garantem que não houve recíprocas.
O fato é que nessa data se assinou o acordo entre as entidades: Ibravin, ABBA, ABRABE e ABRAS.
Foi criado um grupo de trabalho com os objetivos acordados na ocasião que pretendia:
- Retirada do Pedido de Salvaguardas.
- Buscar o Crescimento do Mercado de 1,9 litros per capita/ano para 2,5 litros até 2016.
- Cessar quaisquer ações que visassem a criação de barreiras tarifárias e/ou não tarifárias ao vinhos finos importados.
- Criar esforços na expansão dos vinhos finos.
- Não importar vinhos finos com preços aviltantes.
- Ampliar espaço de promoção do vinho.
- Criar um fundo de promoção do Vinho com sugestão de uma CIDE (que foi rechaçada pois ninguém queria o governo na gestão desse fundo).
- O governo estudaria redução de impostos.
- Em ações contra o descaminho.
- Alongamento das dividas agrícolas.
- Programa de escoamento da produção vitivinícola
- Reuniões a cada 3 meses com a Secex.
Os importadores se comprometeram a incluir vinhos nacionais em seus portfolios (muitos o fizeram).
De lá para cá eu participei de tres reuniões do grupo de trabalho GTT coordenado pelo Marcio Milan (ABRAS), quando fui representando o Comitê do Vinho Fecomercio. Isso faz um ano. O que vi foi a ansiedade do vinho brasileiro em garantir espaço em gôndola de super mercado e em garantir venda a grandes redes. A ABRAS é quem tem feito o trabalho árduo. Nunca mais soube de nenhuma reunião.
Depois recebi por diversas vezes relatórios por parte do Marcio Milan e do Alaor Pereira, no Comitê do Vinho Fecomercio, que relataram o hercúleo trabalho junto a redes de supermecrados em todo o país. Acredito que ainda não chegou nem à metade do trabalho que se propuseram a fazer.
Mas o fato é que passados dois anos do acordo, sinceramente não vi muita coisa que me animasse.
- Os vinhos subiram de preço.
- O descaminho continua de vento em popa.
- O que deveria ser a promoção do Vinho, se tornou a promoção do Vinho Brasileiro apenas. Não era o combinado.
- Fundo para promoção nunca vi.
- Redução de Impostos nem em sonho.
- Pequenos produtores continuam no abandono. O projeto do vinho artesanal é uma grande piada.
- O sertor continua como sempre. Cada um cuida do seu e dane-se.
- Quem saiu ganhando foram os políticos que prometeram em palanque e não cumpriram como sempre, aliás.
Como desde o ano passado nada acontece em política pois só se pensa na eleição de outubro, gostaria de sugerir aos candidatos uma idéia de incentivo ao vinho, que será enviada aos seus Comitês eleitorais assim que os candidatos estejam definidos por lei e a campanha começar de fato.
A PROPOSTA
É bastante simples. O PIB brasileiro é de cerca de 4,8 trilhões de reais. O setor do vinho não passa de 4 bilhões de reais. Por tanto ele significa ZERO para os governos, ou melhor 0,01 %.
Fazer uma experiência em 0,01 % do PIB não significará absolutamente nada em termos do comando da economia do país. Assim, depende apenas de VONTADE POLÍTICA.
Todos sabem que o principal drama da economia brasileira se chama custo Brasil. Impostos altos, Impostos sobre Impostos, Taxas diversas, Burocracia, Custos Trabalhistas excessivos, etc.
Produzir vinho no Brasil é três vezes mais caro que produzir em qualquer outro país.
Importar vinho no Brasil é tres vezes mais caro que importar em qualquer outro país.
Mesmo ignorando a burocracia que é um drama e um custo altíssimo, e os problemas trabalhistas que exige medida específica, proponho uma medida que poderá servir de teste para a produtiva reduçnao de impostos.
Como a redução do Custo Brasil, no que tange aos impostos e taxas depende de uma revisão, fiscal, tributária, jurídica e política quase que intransponível, a sugestão é se lançar mão de uma medida provisória. Mas provisória mesmo de dois anos.
A medida seria específica para o Setor do Vinho. A partir da publicação da medida, todas as taxas e impostos de toda a cadeia produtiva relacionada a produção, importação e comercialização do vinho seria toda ela reduzida para 1/3 dos valores atuais. Não se mudaria nada na intrincada estrutura de taxas e impostos.
O setor em contra partida, organizado por suas associações se comprometeria em:
- Repassar esses ganhos ao preço final do produto.
- Usar 20% desse ganho em campanha publicitária pelo consumo do vinho.
É muito simples e instantaneamente aplicável. Em dois anos o governo faria a avaliação. Eu acredito que aumentaria o consumo, pois o vinho custaria 25% a menos, consequentemente a produção, o emprego, a arrecadação e melhor de tudo, a saúde do brasileiro. Com a campanha de comunicação aumentaria a base de consumidores para a mais saudável das bebidas.
Se funcionar, o governo poderia ir expandindo a medida de setor em setor até conquistar o que todos querem e os políticos nunca fazem.
Fica aqui minha contribuição. Qual o candidato que vai encarar? Quantos votos tem o setor do vinho no Brasil? E você consumidor, apoiaria esse candidato?