Ravin anuncia Villa Francioni
Orgalindo Bettú como eu, gosta de leveduras indígenas, e acha que o vinho brasileiro precisa de personalidade e não imitar os outros. Ele também gosta de sotaque no vinho.
Bettú também é contra protecionismo ao vinho brasileiro e ainda pediu as críticas pois entende que são elas que contribuem.
Difícil ouvir isso de um produtor de vinhos no Brasil. Fico feliz em saber que um enólogo respeitável e competente pensa assim. Ganhei o dia.
Fiquei feliz pelo almoço hoje no delicioso NB, quando a Ravin anunciou a Villa Francioni em seu portfólio. Feliz por que a Ravin precisava ter um produtor brasileiro. Aliás todos os importadores deveriam ter um produtor brasileiro, um ou mais de um.
Entre diversos vinhos que provei, entre já conhecidos e novos, posso dizer que meu preferido foi o Aparados tinto de Cabernet Sauvignon a R$ 41,00 que é excelente compra.
Não posso dizer o mesmo do branco, que me pareceu magro, simples, mas este cabernet está entre as boas compras abaixo dos 50 Paus, certamente. Recomendo.
Como todos sabem a Villa Francioni produz ótimos vinhos, mas caros. Essa foi a minha primeira pergunta aproveitando a presença de sua diretora Daniela Borges de Freitas. A explicação são os altos custos da vinícola e as pequenas quantidades produzidas.
A linha aparados vem justamente na busca de conseguir um volume que permita valores mais compatíveis. Esse problema não se resolve com explicações, mas com bons vinhos a preços competitivos. Não há outro caminho.
Merecem destaque ainda quatro vinhos, o espumante Joaquim brut blanc de blancs das castas chardonnay e sauvignon blanc (R$ 70,00), com um inacreditável sabor de jabuticabas. Isso deve seduzir um estrangeiro mesmo. Isso é sotaque. Adorei.
O Sauvignon Blanc de leveduras indígenas e que passa por madeira francesa. Fino, floral, sem aqueles exageros de SB da America do Sul. Gostei bastante, mas custa R$ 103,00.
O Michelli com 80% de Sangiovese e Cabernet Sauvignon e Merlot, com 10% cada um, é delicioso. Para meu gosto usaria apenas madeira usada no vinho, mas ele promete, a casta se deu bem lá. Infelizmente é caríssimo a R$ 200,00.
O quarto vinho é o delicioso e fino Villa Francioni Brut Rosé a preço de Champagne, R$ 175,00. Vinho delicado e muito bem feito de chardonnay e pinot noir.